Tem Data Fifa por aqui. Após enfrentar a escola asiática em amistosos recentes, a Seleção Brasileira terá dois desafios contra equipes africanas: primeiro contra Senegal, em Londres, e depois diante da Tunísia, em Lille, na França. Serão partidas importantes para que Carlo Ancelotti, técnico já integrado ao planejamento da seleção, observe novas formações, padrões táticos e o comportamento individual dos atletas.
O treinador italiano já utilizou a Data Fifa anterior para testar variações no esquema. Contra a Coreia do Sul, promoveu um 4-2-4 agressivo, que funcionou bem e resultou em vitória convincente. Depois, diante do Japão — seleção tecnicamente superior — adotou um 4-3-3 com Paquetá mais centralizado, mas a equipe demonstrou falhas e acabou derrotada. Agora, os adversários africanos representam um novo teste, com características físicas muito específicas.
Entre os jogadores mais observados está Vinícius Júnior, que vive momento instável no Real Madrid. Com a ausência prolongada de Neymar, ele deveria ser o principal nome da Seleção Brasileira, mas seu desempenho recente tem gerado preocupação. No clássico contra o Barcelona, Vini deixou o campo irritado após ser substituído por Xabi Alonso, gerando desgaste no clube e críticas públicas — inclusive do próprio Ancelotti. O atacante admitiu o erro, mas ainda está longe da grande fase que o projetou ao conquistar a Liga dos Campeões da Europa pelo Real Madrid. Jogos que tive a oportunidade de narrar em um trabalho que fiz recentemente para o documentário da Netflix, Baila, Vini. Recomendo!
Vinícius perdeu o foco. Fala-se, inclusive, nos bastidores, sobre uma possível transferência para o futebol da Arábia Saudita já na janela de janeiro. Ele precisará provar a Ancelotti que ainda pode ser decisivo e que tem condições de liderar a seleção na Copa de 2026. Mas precisa reencontrar a forma física, mental e técnica que o levou ao topo.
Do outro lado, Neymar vive um cenário ainda mais delicado. Meses sem atuar de maneira regular pelo Santos, o camisa 10 enfrenta críticas sobre comprometimento, foco e preparação física. Ancelotti já foi claro ao afirmar que talento não falta, mas o atacante está muito distante da condição física ideal para retornar à Seleção Brasileira. A minha — e imagino que a de todos — grande dúvida é: em apenas quatro meses, até a Data Fifa de março, será possível que Neymar atinja uma forma que não conseguiu recuperar em toda sua passagem recente pelo Santos?
Março será a última convocação antes da Copa do Mundo, com amistosos contra seleções europeias. É a derradeira chance para Neymar provar que ainda pode vestir a camisa 10.
E o Campeonato Brasileiro entra diretamente nessa equação. Neste fim de semana, o Santos tem um confronto decisivo contra o Palmeiras, na Vila Belmiro. Para Neymar, é a última oportunidade real de mostrar evolução e ser determinante. Do resultado deste jogo — e de seu desempenho específico — podem depender tanto a permanência do Santos na Série A quanto o futuro do próprio atleta na seleção.
A reta final do Brasileirão ganhou contornos dramáticos e decisivos. Neymar joga por uma vaga na Copa; o Santos joga por sobrevivência. E Palmeiras e Flamengo duelam em um clima de rivalidade máxima, com críticas, tensões e declarações afiadas dos dois lados. Leila Pereira questionou o “timing” do julgamento de Bruno Henrique no STJD; do outro, dirigentes do Flamengo falaram sobre fair play financeiro e criticaram o gramado sintético do Allianz Parque.
É a combinação perfeita entre bastidores quentes, decisões técnicas e personalidades pressionadas. Briga de gigantes na decisão do futebol brasileiro e clima tenso para o futuro de seus nomes mais expressivos.
