Por Maria Fernanda Viana
A 30ª Conferência das Partes (COP30) começou nesta segunda-feira (10/11), em Belém (PA). Pela primeira vez, o Brasil sedia o encontro climático mais importante do mundo, reunindo delegações de 170 países que buscam soluções concretas para a crise ambiental global.
Entre os temas centrais das negociações está a neutralidade de carbono, conceito que ganhou força a partir do Acordo de Paris, assinado em 2015, durante a COP21.
O que é neutralidade de carbono?
A neutralidade de carbono consiste em equilibrar a quantidade de dióxido de carbono (CO₂) emitida com ações que absorvam ou evitem novas emissões.
Na prática, significa reduzir ao máximo os gases de efeito estufa e compensar o que não puder ser eliminado por meio de reflorestamento, energias limpas, inovações tecnológicas ou mecanismos de captura de carbono.
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Quando o balanço entre o que é emitido e o que é compensado chega a zero, o país, empresa ou setor atinge o chamado “carbono neutro”.
Por que a neutralidade é importante
O Acordo de Paris estabelece que a neutralidade global deve ser alcançada na segunda metade do século XXI, preferencialmente até 2050, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Segundo cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), atingir essa meta é essencial para evitar eventos extremos irreversíveis, como ondas de calor intensas, secas severas, enchentes e elevação do nível do mar.
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Apesar do consenso político, o caminho para a neutralidade de carbono é desigual. Países desenvolvidos, com histórico maior de emissões, são cobrados por financiamento e transferência de tecnologia para ajudar as nações em desenvolvimento — que ainda dependem de matrizes energéticas baseadas em combustíveis fósseis.
O debate sobre quem paga a conta da transição energética será um dos temas mais sensíveis da COP30, que ocorre até 21 de novembro em Belém.
