O cão-robô Spot, criação da Boston Dynamics, tem se mostrado extremamente versátil desde seu lançamento em 2019. Procurada primariamente pelo setor industrial, a tecnologia agora já integra a força policial no Canadá e nos Estados Unidos – a própria Boston Dynamics aponta que Spot está sendo usado em mais de 60 esquadrões.
O modelo, descrito pelo site oficial da empresa como “seu amigo e sua ferramenta“, tornou-se útil principalmente pela sua mobilidade e suas dimensões: Spot é capaz de atravessar quase todo tipo de terreno e lida bem com elevações e descidas, além de ser munido de “inteligência atlética e percepção em 360 graus”, segundo a Boston Dynamics.
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O modelo Spot, um entre vários da empresa, tem dimensões próximas às de um cachorro real: com 34 quilos e quatro patas, ele se assemelha a um pastor alemão. O usuário pode controlá-lo a partir de comandos em um aplicativo de tablet.
Apesar de não ter sido idealizado especificamente para o serviço policial, equipes nos Estados Unidos e no Canadá viram no robô uma ferramenta útil para combater o crime e auxiliar em investigações. No Massachusetts (EUA), por exemplo, o cão-robô surpreendeu um suspeito armado e permitiu que a polícia intervisse para salvar a refém – sua própria mãe – contida por ele.
Em 2024, a BBC lançou uma matéria mostrando que o modelo Spot já estava sendo utilizado até mesmo pelo Serviço Secreto dos EUA, auxiliando no patrulhamento de Mar-a-Lago, resort do presidente Donald Trump em Palm Beach, Flórida. Os robôs tinham avisos em suas pernas: “FAVOR NÃO FAZER CARINHO“.
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Por outro lado, a tendência não é exatamente popular: cidadãos demonstraram preocupação com diversos aspectos da incorporação desta tecnologia na força policial, seja pelos gastos públicos – cada modelo custa a partir de US$ 100 mil – ou com a ausência de uma regulamentação clara sobre o uso dessa tecnologia. A polícia de Nova York chegou a suspender temporariamente o uso de robôs em 2021.
A Boston Dynamics exige que seja detalhado o propósito de utilização do robô caso o cliente seja um órgão ou entidade pública, o que pode ser um fator de redução nos possíveis riscos. Mesmo assim, a utilização “livre” da ferramenta por grupos com poder de polícia é vista com preocupação por especialistas e por cidadãos.
