O navio russo Hunter entrou novamente em águas britânicas, marcando a segunda ocorrência registrada neste ano. A embarcação foi identificada na costa da Escócia, região localizada ao norte da Inglaterra, na ilha da Grã-Bretanha. A presença do navio reacendeu preocupações no governo do Reino Unido, que acusa a Rússia de realizar monitoramento e possível espionagem da infraestrutura submarina britânica.
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As autoridades britânicas afirmam que o Hunter estaria navegando próximo ao complexo sistema de cabos e dutos submersos que cruza o fundo do mar na região. Esses cabos são responsáveis pela transmissão de aproximadamente 90% dos dados utilizados no país, incluindo operações financeiras que movimentam bilhões de dólares. Além disso, dutos de óleo e gás atravessam a mesma área, conectando a Grã-Bretanha ao Mar do Norte e a países vizinhos, como a Noruega. A importância estratégica dessa infraestrutura é considerada crítica para o funcionamento do Reino Unido e para sua segurança energética.
De acordo com o governo britânico, durante o monitoramento da embarcação, tripulantes do navio teriam apontado lasers em direção aos jatos britânicos enviados para acompanhar o deslocamento do Hunter. O uso de lasers nesse tipo de situação é considerado perigoso, pois pode comprometer a visão dos pilotos e dificultar a operação das aeronaves. O episódio elevou ainda mais o alerta das forças de defesa do país.
O Ministro da Defesa, John Hill, fez uma declaração direta ao comentar o caso. Em pronunciamento oficial, afirmou: “Meu recado para a Rússia e para Putin é: nós estamos vendo vocês, sabemos o que estão fazendo e, se vierem para o sul esta semana, estamos prontos.” A fala se referia à possibilidade de o navio seguir na direção da Inglaterra. A mensagem reforçou o posicionamento britânico de que qualquer avanço da embarcação será acompanhado de medidas de resposta.
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A embaixada da Rússia em Londres classificou as acusações britânicas como infundadas. O governo russo afirma que a movimentação do Hunter segue padrões regulares de navegação e que não há intenção de interferir em estruturas de outros países. Mesmo assim, o episódio ampliou a tensão diplomática entre Londres e Moscou, que já enfrentam uma relação desgastada por outros impasses recentes.
O Reino Unido continua monitorando a rota e as atividades do navio russo. Segundo autoridades britânicas, as forças de defesa permanecem mobilizadas e prontas para reagir caso seja considerado necessário. O episódio também reacendeu o debate interno sobre a vulnerabilidade das infraestruturas submarinas, que desempenham papel essencial para comunicações, transações financeiras e fornecimento de energia.
O caso ocorre em um momento em que governos europeus reforçam sua atenção para atividades russas no Atlântico Norte e no Mar do Norte, especialmente em áreas próximas a rotas marítimas estratégicas e instalações sensíveis. A movimentação do Hunter, portanto, insere-se em um contexto mais amplo de vigilância reforçada e de tensões que se estendem além das fronteiras britânicas, envolvendo questões de segurança regional e estabilidade internacional.
Enquanto o monitoramento continua, o governo britânico mantém sua posição de alerta. A situação permanece em evolução, e novas atualizações devem ser divulgadas à medida que as autoridades acompanham os próximos passos da embarcação russa.
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