O advogado-geral da União Jorge Messias, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, consolidou sua carreira entre Brasília e o núcleo político do PT, acumulando cargos técnicos e confiança de Lula ao longo de mais de uma década. A ascensão dele ao STF coroa uma trajetória que mistura discrição, influência e um episódio que marcou a história recente do país.
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De consultor a personagem da Lava Jato
Messias atuou como consultor jurídico nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia entre (2011) e (2012) e assumiu, em (2015), o cargo de subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Foi nesse período que ganhou projeção nacional, quando apareceu no telefonema grampeado pela Lava Jato em que Dilma dizia que o “Bessias” levaria um documento que poderia ajudar Lula a assumir a Casa Civil. O episódio o transformou em figura conhecida do público e símbolo de lealdade política.
A volta de Lula ao poder recolocou Messias no centro das decisões. No fim de (2022), ainda como procurador da Fazenda, ele foi chamado para coordenar a equipe jurídica da transição e, no ano seguinte, assumiu a Advocacia-Geral da União. No comando da AGU, ganhou reputação de técnico discreto e eficiente, atuando diretamente na defesa dos interesses do governo.
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Técnica, confiança e o fator evangélico
Além da formação sólida e da história de fidelidade política, Messias também construiu uma boa relação com ministros do Supremo, algo considerado decisivo para sua indicação. O presidente Lula enxergou nele um aliado confiável para um dos cargos mais estratégicos da República.
Outro elemento importante é o perfil evangélico de Messias, visto como um ativo dentro do governo. Em (2023), ele participou de uma série de vídeos da Fundação Perseu Abramo sobre “o que pensam os evangélicos petistas”, movimento interpretado nos bastidores como um gesto para aproximar o partido de um eleitorado conservador que o PT tenta reconquistar.
A soma entre técnica, discrição, lealdade histórica e capacidade de diálogo tornou Messias o nome ideal para Lula, que agora aposta que ele replicará no STF o mesmo equilíbrio que exibiu na AGU.
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