Os temas ideológicos deixaram de fazer parte das negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre o tarifaço, diz o colunista Jamil Chade, do TMC, nesta sexta-feira (21/11).
Na quinta, o presidente Donald Trump retirou tarifas de 40% sobre carne, café, frutas e outros produtos agrícolas do Brasil, aliviando a pressão sobre estes setores.
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“A questão ideológica desapareceu. Isso eu tenho confirmações tanto do lado americano quanto do lado brasileiro. Nas últimas reuniões, as palavras ‘Jair’ e ‘Bolsonaro’ sequer foram mencionadas. Um sinal disso: aquelas postagens da embaixada americana e do Departamento de Estado dos EUA, que falavam sobre ‘caça às bruxas’ no Brasil… isso tudo desapareceu. Realmente há uma mudança importante do lado americano em relação a esse tema”, afirmou.
Jamil Chade se refere ao argumento inicial do governo americano para aplicar a tarifa de 50% a diversos produtos brasileiros. Na ocasião, Trump alegou punição ao Brasil em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acabou condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O colunista do TMC comentou sobre o alívio da nova decisão do governo americano sobre a economia brasileira.
“A conclusão dos exportadores é de que a medida de Trump, de ontem (quinta), vai beneficiar exportações brasileiras avaliadas em US$ 5 bilhões. As tarifas que haviam sido aplicadas tinham realmente um impacto muito grande. O déficit do Brasil com os EUA estava acrescendo numa proporção impressionante. O saldo positivo dos EUA era cada vez maior”, afirmou.
A redução da tarifa representa mais ou menos 10% de todo o comércio Brasil-EUA, explica o colunista.
“O que falta ainda são a retirada das tarifas sobre os produtos industriais brasileiros. É essa parte da negociação que vai seguir com os EUA. O que temos hoje, então, é a retirada de tarifas par amais ou menos 10% do fluxo comercial. O Brasil exporta US$ 40 bilhões por ano para os EUA. A retirada das tarifas vão beneficiar US$ 5 bilhões”, reforçou.
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