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Cadeirante de 10 anos e pai maratonista viram sensação das corridas de rua

Dupla mostra que inclusão, família e disciplina podem levar muito além da linha de chegada

Sofia Santos tem 10 anos, é cadeirante, corredora, estudante, influenciadora digital e dona do bordão “vem comigo!”. Ao lado do pai, o professor de educação física, personal trainer e maratonista Edivaldo Santos, ela virou destaque no programa Corre TMC, da TMC, mostrando como a corrida pode transformar rotina, saúde mental e formas de enxergar a inclusão no esporte.

Da primeira corrida na praia às maratonas pelo Brasil

A história começou quando Sofia tinha cerca de 5 anos. Em uma viagem para Caraguatatuba, ela viu o pai calçando o tênis para correr e pediu para ir junto. Ele hesitou, achando que uma menina cadeirante não poderia acompanhá-lo, mas acabou cedendo. Foram 5 km na ciclofaixa à beira-mar, entre medo de não dar conta e a vontade de não decepcionar a filha. Deu certo – e ali nasceu uma parceria que nunca mais parou.

De lá para cá, a dupla já soma quase 70 provas, incluindo três maratonas e oito meias, primeiro com a cadeira de rodas do dia a dia e, depois, com um triciclo adaptado para corrida, conquistado graças a uma vaquinha feita por outro pai de atleta com deficiência. Hoje, além das ruas de São Paulo, eles já cruzaram a linha de chegada em provas como a Maratona do Rio e a Maratona de Buenos Aires, sempre com Sofia à frente, puxando o ritmo, escolhendo a playlist e cobrando tempo melhor.

Corrida como saúde, educação e terapia em movimento

Para Edivaldo, a corrida é muito mais do que treino físico: é ferramenta para cuidar da cabeça, organizar o dia e até educar a filha. Ele conta que, quando se lesionou e ficou quase dois meses sem correr, o estresse tomou conta. Correndo com frequência, dorme melhor, se sente mais calmo e disposto. Já com Sofia, a corrida vira também aula de cultura e história: eles montam playlists temáticas para cada prova, apresentam artistas de outras gerações e usam o percurso pelas cidades para falar de teatros, monumentos e memória.

Sofia, por sua vez, transforma tudo em alegria. Entre vídeos cantando no triciclo, treinos de Libras, medalhas da Ayrton Senna Racing Day em Interlagos e a emoção de cruzar a linha de chegada na Maratona do Rio, ela resume o que sente com uma frase simples: não importa se chega em primeiro ou em último, o importante é continuar treinando. A rotina intensa da menina, que ainda faz natação, dança, balé, pilates, inglês, ecoterapia e até surfa, mostra que o corpo pode ter limites, mas a vontade de viver não.

Inclusão na teoria é bonita, mas na prática ainda tropeça

Apesar das histórias de superação e dos pódios, Edivaldo é direto: o esporte brasileiro ainda não está preparado para incluir, de verdade, pessoas com deficiência. Em muitas provas de rua, o banheiro acessível vira depósito de material, faltam rampas para o pódio e o percurso nem sempre considera quem está em cadeira ou triciclo. Em uma maratona recente, eles precisaram tirar Sofia do equipamento para conseguir acessar a área da prova, porque não havia rampa adequada.

Ele elogia os staffs e equipes de prova, que geralmente são solícitos e fazem o possível para ajudar, mas critica a falta de planejamento estrutural. Ao mesmo tempo, reconhece que a exposição em programas como o Corre TMC e nas redes sociais tem feito diferença: cada vídeo, cada entrevista e cada chegada emocionante inspiram outras famílias a tirarem filhos, irmãos e parentes com deficiência de casa para caminhar, pedalar, correr e ocupar espaços que antes pareciam proibidos.

Família, meta ousada e um recado para quem acha que “não dá”

Nenhuma dessas conquistas acontece sozinha. Além de Sofia e Edivaldo, a mãe, Manoela, é peça-chave do trio: organiza a rotina, acompanha treinos e provas, corre em eventos temáticos e ainda segura os bastidores emocionais das maratonas, das câimbras e dos perrengues. Entre um troféu quebrado jogando bola na sala e flores que “vão morrer” por falta de tempo para cuidar, a casa resume bem o que é essa família: caos, amor, humor e muito corre.

Com um melhor tempo de 3h15 na Maratona de Buenos Aires, a dupla já mira a próxima grande meta: fazer a Maratona de Porto Alegre em 3h cravadas, empurrando o triciclo e desafiando qualquer ideia de limitação. E Sofia manda o recado para crianças e adultos com deficiência que sonham em correr, ou simplesmente em tentar algo novo: “Você pode tudo, você pode o que você quiser. Não ache que é porque está em uma cadeira de rodas que não pode. Todo mundo pode.”

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