Mesmo com monstros, portais e poderes sobrenaturais, Stranger Things conta com um horror que realmente existiu. O Project MKUltra, é um programa secreto da CIA, que explorava o controle da mente humana.
Na série, experiências em cobaias humanas, drogas psicodélicas, privação sensorial e manipulação mental já foram métodos reais empregados pela agência durante a Guerra Fria.
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O MKUltra
O Project MKUltra foi um programa clandestino da CIA criado em 1953, nos Estados Unidos, e desenvolvia técnicas de manipulação mental, interrogatório e controle da consciência humana.
Para alcançar seus objetivos, a CIA realizou experimentos em muitas pessoas, muitas sem o seu consentimento.
Já foi relatado uso de drogas psicoativas como LSD e mescalina, terapias de choque, privação sensorial, hipnose e outras formas de tortura psicológica e física.
Segundo o Bustle, entre as vítimas tinham detentos, pacientes psiquiátricos, dependentes químicos e pessoas vulneráveis, muitos casos incapazes de resistir ou denunciar os abusos.
O programa resistiu até 1973 com diversos relatos de danos psicológicos graves e mortes.
Como o project se encontra em Stranger Things
Em Stranger Things, o laboratório de Hawkins representa uma das instalações do governo onde supostamente ocorriam experimentos de controle mental e manipulação, parecido com o que existiu, MKUltra.
Na trama, a mãe da personagem Eleven, personagem central é submetida a drogas psicodélicas e privação sensorial durante e após a gestação.
A série tem essas ações adaptadas para criar a ficção de poderes telecinéticos e uma ligação com o sobrenatural.
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Outros fatos reais
A série também aponta, de forma indireta, para programas de vigilância e projetos militares secretos da época, como o Projeto Montauk, inspiração para algumas das teorias de conspiração e experimentos com crianças.
Grande parte dessas histórias não são comprovadas. Mas havia centros de pesquisa governamentais, guerra psicológica e tecnologia experimental.

O que dizem os criadores?
Segundo a Netflix, os irmãos Matt Duffer e Ross Duffer disseram que parte da estrutura da série se apoia em influências concretas.
O jogo de RPG Dungeons & Dragons (D&D), por exemplo, foi uma inspiração central desde o início da jornada criativa, e que elementos da ambientação e da formação de grupo refletem de modo direto a realidade dos personagens.
Há também uma base de referências culturais e de atmosfera, como o medo da Guerra Fria, a opressão de regimes secretos e a paranoia sobre experimentos de controle mental.
Os irmãos admitem que reconhecem que a série foi construída a partir do imaginário de épocas sombrias e teorias conspiratórias.
O Vecna
A construção de Vecna teve inspiração direta no bestiário clássico de monstros de D&D. Apesar de como personagem não existir de fato nos anos 1980, a dinâmica de “grupo versus força sombria” é usada para moldar o conflito da série.
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Plágio?
O diretor Charlie Kessler, processou os criadores de Stranger Things, pois para ele, a série se baseou em seu curta‑metragem de 2012, Montauk.
Nesse curta também foi mostrado crianças com poderes especiais, instalações militares secretas e criaturas de outra dimensão.
Mas em 2019, Kessler retirou a ação ao reconhecer que documentos de 2010 e 2013 comprovaram que os irmãos Duffer criaram a série independentemente.
