O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), suspendeu o calendário da sabatina de Jorge Messias, advogado-geral da União indicado por Lula ao STF. A avaliação, marcada para o próximo dia 10, foi cancelada após o Senado perceber que o Poder Executivo não enviou a mensagem oficial com a indicação, documento obrigatório para iniciar o processo.
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Sem mensagem, sem sabatina — e clima azeda de vez
Alcolumbre classificou a ausência do texto como “grave e sem precedentes” e afirmou que seguir com a sabatina poderia gerar questionamentos sobre vício regimental. Sem o documento lido em plenário e remetido à CCJ, não há como avançar. Nos bastidores, senadores avaliam que, se nada chegar, a análise pode ficar para 2026, depois da eleição presidencial.
A crise entre Planalto e Senado piorou após Alcolumbre romper com o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), por ter sido informado da indicação pela imprensa — sem conversa prévia. Ontem, Lula tentou esfriar o clima durante almoço com o relator da indicação, Weverton Rocha (PDT-MA), pedindo “apaziguamento” e menos atrito com o presidente do Senado.
Enquanto isso, Messias enfrenta resistência. Um almoço marcado com o bloco Vanguarda (PL e Novo) foi cancelado após reação de parlamentares bolsonaristas. Mesmo assim, o AGU segue no corpo a corpo: conversa com senadores do PL, visita gabinetes e tenta destacar seu currículo e notório saber jurídico.
O líder do Republicanos, Mecias de Jesus (RR), já declarou apoio e tem ajudado na articulação. Mesmo assim, aliados admitem: sem o envio da mensagem oficial, o jogo nem começa.
