O Ibovespa ultrapassou pela primeira vez os 161 mil pontos nesta terça-feira (02/12), fechando em 161.092,25 e embalando um rali histórico puxado pelo otimismo global com um possível corte de juros nos Estados Unidos na próxima semana. O índice chegou a subir 1,56% no dia, com volume de R$ 24,55 bilhões.
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Rally é correção pós-pandemia, dizem analistas
Segundo Willian Queiroz, da Blue3 Investimentos, essa disparada não é exatamente surpresa. Para ele, o salto atual funciona como uma “correção atrasada” da bolsa, que ficou anos andando de lado desde a pandemia. Em 2020, o Ibovespa fechou o ano aos 119 mil pontos; hoje, a valorização acumulada já passa de 33,9% em 2025, com quedas apenas em fevereiro e julho.
Além do movimento técnico, a fala silenciosa — mas muito observada — de Jerome Powell também fez preço. Como o presidente do Fed evitou sinais duros sobre política monetária, o mercado manteve a convicção de que vem aí um corte de 0,25 ponto percentual, aposta que chegou a 90% na ferramenta FedWatch no fim da tarde.
Outro ingrediente do dia foi o dado fraco da produção industrial brasileira em outubro, que reforçou a leitura de desaceleração econômica. Isso ajudou no fechamento da curva de juros local e, consequentemente, deu novo impulso ao Ibovespa.
A sessão ainda registrou um telefonema entre os presidentes Lula e Donald Trump, tratando de tarifas comerciais e crime organizado — conversa classificada pelo Planalto como “muito produtiva”. O clima positivo completou o combo de fatores que empurrou a bolsa para o topo histórico.
Fonte: Reuters
