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Marina Izidro
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Jornalista com experiência em coberturas internacionais, Marina Izidro acompanha de perto os desdobramentos políticos, sociais e econômicos do continente europeu. Sua coluna traz as notícias mais relevantes da Europa, com foco nas movimentações do Reino Unido e da União Europeia, impactando a economia e a cultura global.

Relatório da Ofsted impulsiona debate sobre banimento de redes sociais para menores de 16 anos

A possibilidade de mudanças na legislação sobre o uso de redes sociais por menores de idade voltou ao centro das discussões no Reino Unido após a divulgação do relatório anual da Ofsted, órgão independente que regula a educação no país e aconselha o governo. O documento manifesta apoio ao banimento de redes sociais para menores de 16 anos e relaciona o uso de celulares e dessas plataformas a problemas de comportamento nas escolas.

O relatório surge em um momento em que o número de expulsões de alunos atingiu níveis recordes. Segundo a Ofsted, o uso excessivo de redes sociais estaria interferindo na capacidade de concentração das crianças, prejudicando a paciência necessária para o aprendizado e contribuindo para atitudes consideradas desrespeitosas no ambiente escolar. A análise indica que o tema passou a ocupar papel central nas discussões educacionais, especialmente diante do impacto observado na rotina de estudantes e professores.

A Ofsted defende que o Reino Unido observe o exemplo da Austrália, que se tornou o primeiro país do mundo a implementar o banimento de redes sociais para menores de 16 anos. A nova legislação australiana começa a vigorar na semana seguinte, estabelecendo um marco internacional sobre o tema e oferecendo um experimento que será acompanhado de perto por outros governos.

Ao mesmo tempo, o debate se intensificou na Europa. Na semana anterior, o Parlamento Europeu aprovou por ampla maioria uma resolução que apoia o mesmo tipo de banimento, abrindo caminho para mudanças nas leis da União Europeia. A Comissão Europeia, responsável por iniciar propostas legislativas, está analisando as medidas adotadas pela Austrália. Esse acompanhamento indica que há um movimento mais amplo no continente em direção a restrições de acesso às redes sociais por menores.

O posicionamento da Ofsted, aliado às discussões na Austrália e na União Europeia, coloca o tema entre as prioridades das autoridades educacionais e legislativas. A análise dos efeitos das redes sociais sobre o comportamento estudantil passou a ser tratada como um elemento central para orientar futuras políticas públicas.