Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, fez um apelo em “portunhol” aos brasileiros durante transmissão televisiva nesta quinta-feira (4/12).
O líder venezuelano solicitou apoio popular em meio à intensificação da presença militar dos Estados Unidos nas proximidades do território venezuelano.
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Durante o programa, Maduro recebeu um boné do MST (Movimento Sem Terra) e expressou gratidão à organização brasileira. Tentando falar português, o venezuelano convocou a população brasileira a manifestar apoio ao país vizinho.
“Povo do Brasil, às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e pela soberania. Eu falo para vocês toda a verdade: temos direito à paz com soberania. Que viva o Brasil. A vitória nos pertence. Viva a unidade do povo do Brasil, viva a unidade com o povo venezuelano”.
O pedido acontece em um contexto de crescentes tensões entre Venezuela e EUA. O governo de Donald Trump ampliou operações militares na região, executando bombardeios contra embarcações no Mar do Caribe e no Pacífico, justificando as ações como parte de uma “guerra às drogas”.
A administração Trump acusa Maduro de comandar a organização criminosa conhecida como “Cartel de los Soles”, acusação que o presidente venezuelano nega. O ataque mais recente das forças americanas ocorreu na própria quinta-feira (4/12), em águas próximas à Colômbia.
Segundo o jornal “The New York Times”, Maduro implementou diversas medidas para reforçar sua segurança pessoal diante das ameaças dos EUA. Fontes próximas ao governo venezuelano, que falaram sob condição de anonimato por temerem represálias, informaram ao periódico que existe um clima de tensão no círculo íntimo do presidente.
As medidas de segurança adotadas por Maduro incluem alterações frequentes nos locais onde dorme e substituição constante de aparelhos celulares. O objetivo seria evitar um possível ataque de precisão ou uma incursão de forças especiais americanas.
Para reduzir riscos de traição, o presidente venezuelano aumentou a participação de guarda-costas cubanos em sua proteção pessoal e designou mais oficiais de contraespionagem de Cuba para as forças armadas venezuelanas, conforme uma das fontes ouvidas pelo jornal.
Maduro também diminuiu sua participação em eventos programados e transmissões ao vivo. Ele passou a optar por aparições públicas espontâneas e mensagens pré-gravadas como estratégia de segurança.
As medidas de proteção começaram a ser implementadas em setembro deste ano, quando os Estados Unidos iniciaram a concentração de navios de guerra na região e passaram a atacar embarcações que, segundo alegações do governo Trump, transportavam drogas provenientes da Venezuela.
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