No primeiro semestre de 2025, 174 mil ocorrências de golpes por compras online foram registradas. Isso consolida o chamado Golpe da Falsa Venda, sendo assim a fraude digital mais denunciada junto a bancos, de acordo com a Febraban.
O levantamento da entidade mostra também que esse número representa um crescimento de 314% em relação ao mesmo período em 2024.
Siga a TMC no WhatsApp e fique por dentro das últimas notícias do Brasil e do mundo
Uma pesquisa da Norton mostrou que 83% dos brasileiros já foram vítimas de golpes ao reservar viagens de férias. Entre os principais golpes estão descontos falsos, agências de viagem inexistentes e sites de reservas fraudulentos.
O levantamento aponta que o risco é ainda maior durante a alta temporada e o final do ano, quando pessoas marcam viagens de última hora estão mais apressados e emocionalmente envolvidos com planos de férias.
As vítimas chegam a perder cerca de R$ 2.375,98. A maior perda registrada foi de R$ 25.000,00.
Leia: META faturou R$ 85 bilhões com anúncios de golpes nas redes sociais, diz Agência
Como o golpe da falsa venda é aplicado?
No Golpe da Falsa Venda, criminosos criam páginas falsas e simulam lojas online, oferecem promoções inexistentes via e‑mail, SMS, WhatsApp ou em redes sociais, com preços muito abaixo do mercado, o que atrai vítimas.
Essas lojas, falsas inclusive, também podem ser encontradas por meio de redes e plataformas sociais, como Instagram e Tiktok.

Como se prevenir?
Wanderson Castilho, perito internacional em crimes digitais e CEO da Enetsec, em entrevista à TMC alerta que o final do ano é período de maior vulnerabilidade para golpes online, especialmente para viajantes de última hora.
Ele explica que criminosos aproveitam a pressa e o envolvimento emocional das pessoas para criar sites, documentos e mensagens que parecem legítimos, enganando até compradores experientes.
Entre as principais recomendações estão verificar a autenticidade dos sites, desconfiar de ofertas muito abaixo do mercado, usar métodos de pagamento seguros e evitar Wi-Fi público para concluir reservas.
Não compartilhe dados pessoais
Castilho também orienta não enviar dados pessoais ou fotos de documentos por mensagens e checar sempre avaliações e informações das hospedagens, comparando preços e conferindo fotos e endereços.
É importante criar senhas fortes, ativar a autenticação em duas etapas e priorizar reservas em plataformas oficiais.
A segurança digital depende tanto da tecnologia quanto do comportamento do viajante, que deve checar, confirmar e evitar agir por impulso.
“A tecnologia evolui, mas os golpes também. O viajante precisa entender que a responsabilidade pela segurança digital não é apenas das plataformas. Parte dela está no comportamento: checar, confirmar e não agir no impulso”, diz o perito.
Saiba mais: União Europeia multa X/Twitter em R$ 742 mi por violações de lei digital
Golpes mais usados
O ranking de fraudes mais relatadas no semestre inclui o golpe da falsa central telefônica/falso funcionário de banco, com 139 mil relatos.
O golpe ocorre quando criminosos se passam por funcionários de banco, via telefone ou mensagens, para convencer a vítima a fornecer dados pessoais ou realizar transferências.
Além disso, também está na lista o golpe do WhatsApp, com 73 mil ocorrências. Criminosos clonam contas ou enviam mensagens se passando por e‑commerces ou contatos para obter dados ou códigos de verificação da vítima.
Campanha de conscientização
Segundo a Febraban, os bancos associados investem cerca de R$ 5 bilhões por ano em tecnologia da informação voltada à segurança contra fraudes.
Além do investimento tecnológico, a instituição mantém campanhas de conscientização junto à população.
Em 2025, foi lançada a segunda fase da campanha antifraudes com o mote “Se é golpe, tem contragolpe”, para alertar os consumidores sobre os principais golpes eletrônicos.
Leia isso: Em parceria com banco, Google desenvolve recurso que ajuda usuários a não cair em golpes
