Um homem foi identificado pela Polícia de São Paulo como responsável pelo roubo de 13 obras de arte da Biblioteca Mário de Andrade, localizada no Centro da capital paulista, de acordo com a SSP. A identificação ocorreu nesta segunda-feira (08/12), um dia após o crime que resultou na subtração de oito gravuras de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari.
Câmeras do sistema SmartSampa registraram um dos criminosos caminhando pela Rua João Adolfo com as obras roubadas. Apesar da identificação visual, os nomes dos suspeitos não foram revelados pelas autoridades policiais.
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Durante a ação, dois homens renderam uma vigilante e um casal de idosos que visitava o local. Em seguida, dirigiram-se à cúpula de vidro da biblioteca, onde colocaram documentos e oito quadros em uma sacola de lona antes de fugirem pela entrada principal, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública.
Obras roubadas
As obras subtraídas faziam parte da exposição “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”. Entre as peças levadas estão oito gravuras do artista francês Henri Matisse e cinco gravuras de Portinari pertencentes à obra “Menino de Engenho”.
Após o roubo, vigilantes da instituição buscaram ajuda de policiais militares que patrulhavam a região, mas os suspeitos não foram localizados no momento. O valor do seguro das peças roubadas é mantido em sigilo por questões contratuais, conforme informou Cauê Pol, curador-chefe do MAM de São Paulo.
O caso foi registrado no 2º DP (Bom Retiro) e será investigado pela 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). As 13 peças ainda não foram encontradas pelas autoridades.
Outros casos
A Biblioteca Mário de Andrade, que completou 100 anos em fevereiro de 2025, é a segunda maior biblioteca do país e a principal biblioteca pública de SP. No ano passado, a instituição recebeu mais de 207 mil visitantes. Originalmente conhecida apenas como biblioteca municipal, ela passou a levar o nome do escritor Mário de Andrade em 1960.
Esta não é a primeira vez que a biblioteca é alvo de criminosos. Em 2006, ladrões furtaram do local doze gravuras raras do século 19, datadas de 1834. Essas peças faziam parte do livro “Souvenirs de Rio de Janeiro”, que continha ilustrações de paisagens brasileiras pintadas à mão pelo suíço Johann Jacob Steinmann entre 1834 e 1835. As obras foram recuperadas pela Polícia Federal apenas em 2024, 18 anos após o roubo.
O crime de 2006 foi descoberto em agosto daquele ano, quando um funcionário da biblioteca pegou emprestada uma publicação do alemão Karl Hermann Konrad Burmeister e notou a ausência de algumas imagens.
Em 2007, São Paulo registrou outro caso semelhante, quando criminosos levaram quadros de Portinari intitulados “O lavrador de café”, que estavam expostos no Masp.
A exposição da qual as obras foram subtraídas havia sido divulgada no perfil oficial da Biblioteca Mário de Andrade no sábado (6), um dia antes do roubo. Ela exibia 20 pranchas impressas de Matisse, das quais oito foram levadas pelos criminosos.
