Leonardo DiCaprio criticou o uso da inteligência artificial (IA) na indústria cinematográfica durante entrevista à revista Time. O ator, que recebeu o título de artista do ano pela publicação, afirmou que a IA não pode ser considerada arte autêntica por não possuir humanidade. A declaração foi feita em meio aos debates crescentes sobre o impacto desta tecnologia em Hollywood.
O vencedor do Oscar reconheceu possíveis aplicações da tecnologia como ferramenta auxiliar para novos talentos. “Poderia ser uma ferramenta de aprimoramento para um jovem cineasta fazer algo que nunca vimos antes”, declarou DiCaprio. No entanto, ele manteve posição firme sobre a origem da verdadeira expressão artística.
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“Acho que tudo que possa ser genuinamente considerado arte precisa vir do ser humano. Caso contrário — você já ouviu essas músicas que são mashups absolutamente geniais e você pensa: ‘Meu Deus, é o Michael Jackson cantando The Weeknd’, ou ‘Isso é um funk da música ‘Bonita Applebum’ do A Tribe Called Quest, feito com uma voz meio soul no estilo de Al Green, e é genial’? E você pensa: ‘Legal’. Mas aí a música tem seus 15 minutos de fama e se dissipa no éter de outras porcarias da internet. Não tem nada que a conecte. Não tem humanidade, por mais brilhante que seja”, afirmou o protagonista de diversos filmes aclamados pela crítica.
O posicionamento de DiCaprio reflete uma resistência mais ampla da indústria cinematográfica ao avanço da IA. O ator expressou preocupação com profissionais do setor audiovisual que podem perder seus empregos devido à implementação desta tecnologia.
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Outros cineastas renomados também se manifestaram contra a IA recentemente. Guillermo del Toro, diretor premiado com Oscar, declarou no Gotham Awards: “que se dana a IA”. Em entrevista à NPR, del Toro foi ainda mais enfático: “IA, particularmente, IA generativa — não me interessa, nem nunca me interessará. Tenho 61 anos e espero poder continuar sem interesse em usá-la até o dia da minha morte… Outro dia, alguém me escreveu um e-mail perguntando: ‘Qual a sua posição sobre IA?’ E minha resposta foi bem curta: ‘Prefiro morrer.'”
James Cameron também se posicionou sobre o tema. O diretor revelou ao ComicBook.com que proibiu o uso de inteligência artificial generativa na produção das sequências da franquia Avatar. Cameron justificou sua decisão afirmando: “Honramos e celebramos os atores. Não os substituímos.”
A indústria cinematográfica aguarda posicionamentos oficiais dos grandes estúdios de Hollywood sobre o uso da inteligência artificial na produção de filmes, em resposta às críticas de atores e diretores influentes.
