A Procuradoria Geral do Município (PGM) de São Paulo enviou notificação à Enel e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) questionando por que diversos veículos da concessionária permaneceram estacionados em garagens enquanto mais de 2 milhões de unidades consumidoras estavam sem luz. O documento foi emitido nesta quarta-feira (10/12), após a passagem de um ciclone que provocou interrupções prolongadas no fornecimento de energia elétrica na capital paulista.
A administração municipal estabeleceu prazo de 48 horas para que a Enel apresente justificativas sobre a demora no restabelecimento do serviço. A notificação destaca a baixa presença de equipes nas ruas durante o período crítico do apagão.
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No documento enviado às empresas, a prefeitura ressalta que foi possível observar “somente uma fração reduzida de veículos de atendimento circulando nas ruas para a resolução dos infortúnios”. A gestão municipal também afirma que “[Os veículos] deveriam estar munidos de equipes e equipamentos para o reparo e a remoção de galhos e árvores sobre a fiação”.
A PGM questiona ainda “quais providências foram adotadas para evitar prolongamento do sofrimento aos cidadãos deste município”, conforme consta na notificação.
O apagão desta quarta-feira afetou milhões de residências e estabelecimentos em diversos bairros de São Paulo. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) lembrou que situação semelhante ocorreu em outubro e novembro de 2024, quando também mais de 2 milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica.
A prefeitura informou que, desde o ano passado, enviou dois ofícios ao Tribunal de Contas da União e outros dois à Aneel solicitando medidas contra a concessionária. A administração municipal também encaminhou ofícios ao Procon-SP pedindo aplicação de multa contra a Enel pela demora no restabelecimento da energia após o apagão de novembro do ano passado, que igualmente afetou mais de 2 milhões de usuários.
Em nota, a Enel afirmou que mobilizou mais de 1.500 equipes ao longo do dia, com igual número de veículos para atender os clientes nas ruas. “A companhia dispõe de um número maior de veículos e caminhões para que não ocorram atrasos na troca de turno entre as equipes. Os veículos são preparados e equipados nas bases a cada troca de turno entre as equipes”, declarou a concessionária.
O prefeito Ricardo Nunes já havia solicitado à Aneel o cancelamento do contrato de concessão da energia elétrica da cidade de São Paulo. Em 2025, Nunes também articulou reuniões com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para alterar os contratos de concessão de energia elétrica. A prefeitura também entrou com ação judicial obrigando a Enel a apresentar um plano de contingência e um cronograma preventivo para o período de chuvas, tendo obtido decisão favorável.
