O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relatou ter dito ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a América Latina não quer guerra e que a região é uma zona de paz. A declaração foi dada durante discurso na Caravana Federativa, em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (11/12).
“Quando eu começava com ele [Trump], ele falou muito comigo. Aí eu falei: ‘Trump, nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz’. Aí ele falou: ‘Mas eu tenho mais armas, tenho mais navio, tenho mais bomba’. Eu falei: ‘Cara, eu acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma’”, discursou Lula.
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O petista criticou as investidas de Trump contra o multilateralismo. Segundo o presidente brasileiro, o objetivo dessa iniciativa é impor aos outros países o que “o mais forte determina”.
“Há uma tentativa de colocar fim ao multilateralismo, que foi o que sustentou a paz no mundo desde a Segunda Guerra Mundial, pelo unilateralismo. O unilateralismo que o presidente Trump deseja é o aquele de que o mais forte determina o que os outros vão fazer”, continuou Lula.
Lula não informou quando, exatamente, conversou com Trump sobre esse assunto relatado. A última conversa que o brasileiro teve com o líder americano foi por telefone, no dia 2 de dezembro. Os dois presidentes trocaram elogios. Nas divulgações oficiais, disseram que trataram sobre comércio, tarifaços e sanções.
Conflito com Venezuela
A fala de Lula se contextualiza com as incursões dos EUA que miram a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela. Nas últimas semanas, embarcações venezuelanas são bombardeadas por aeronaves americanas, sob a justificativa de combate ao tráfico internacional de drogas, mas sem provas de que as vítimas eram traficantes.
Na última quarta-feira (10/12), Washington divulgou imagens da apreensão de um navio-petroleiro venezuelano. No meio disso tudo, há tentativas brasileiras de mediarem o conflito, inclusive com ida do empresário Joesley Batista à Caracas, numa tentativa de convencer Maduro a renunciar.
