Um minissapo recém-descoberto na Serra do Quiriri, norte de Santa Catarina, recebeu o nome científico de Brachycephalus lulai, em homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Menor que a ponta de um lápis, o animal mede entre 8,9 e 13,4 milímetros.
O estudo explica que a homenagem a Lula busca incentivar a expansão de iniciativas de conservação voltadas para a Mata Atlântica e, em particular, para as rãs-miniaturizadas, espécie que só vive no Brasil.
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A identificação da nova espécie teve a participação de pesquisadores do Instituto de Estudos Ambientais (Mater Natura), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Duas décadas de pesquisas
A equipe de pesquisadores é reconhecida por um feito raro na ciência brasileira: descrever 18 das 44 espécies de minissapos conhecidas no Brasil, número que corresponde cerca de 40% de todas as espécies registradas pela ciência.
A descoberta resulta de mais de duas décadas de pesquisas sobre os sapinhos-da-montanha, considerados um dos grupos de vertebrados mais diminutos do planeta.
“Quando falamos em conservar a natureza, estamos falando de proteger histórias evolutivas inteiras, que levaram milhões de anos para acontecer, e os minissapos são um dos capítulos dessa história”, declarou Luiz Fernando Ribeiro, pesquisador do Mater Natura envolvido na descoberta.
Habitat
O habitat do Brachycephalus lulai são as florestas nebulares da Serra do Mar catarinense, especificamente na região da Serra do Quiriri. Estes ambientes são caracterizados por alta umidade, baixas temperaturas e vegetação constantemente encharcada durante grande parte do ano, em altitudes entre 700 e 1.800 metros.
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Apesar do tamanho pequeno, esses sapos apresentam adaptações notáveis, como desenvolvimento direto, sem fase de girino, resistência ao frio, incapacidade de nadar e número reduzido de dedos.
“Se esses ambientes de montanha desaparecerem, perdemos não apenas espécies, mas também histórias evolutivas e conhecimento que ainda nem compreendemos por completo”, alertou o presidente do Mater Natura, Paulo Pizzi.
