O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país começará operações terrestres “muito em breve”, ao responder perguntas sobre tráfico de drogas e Venezuela. Ele fez a declaração nesta quinta-feira (11) durante evento no Salão Oval da Casa Branca. A afirmação ocorre um dia após forças americanas apreenderem um navio petroleiro venezuelano no Caribe.
A fala do presidente americano surgiu quando um jornalista questionou se a recente apreensão da embarcação venezuelana estava ligada ao combate às drogas ou também envolvia interesses petrolíferos. Trump não especificou onde as operações terrestres aconteceriam.
Siga a TMC no WhatsApp e fique por dentro das últimas notícias do Brasil e no mundo
“[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem”, disse Trump. O presidente americano acrescentou: “E nós vamos começar [a agir] por terra também. Vai começar por terra muito em breve”.
As tensões entre Washington e Caracas aumentam com estas declarações. Na quarta-feira (10), Trump já havia se recusado a descartar uma possível invasão ao território venezuelano.
A interceptação do navio petroleiro pelas Forças Armadas dos EUA representa um caso inédito nas operações militares americanas na região. O episódio aconteceu no mar do Caribe, com registros mostrando militares americanos assumindo o controle da embarcação.
Até agora, as ações militares americanas no Caribe limitavam-se a ataques contra pequenas embarcações que, segundo Washington, transportavam drogas para os EUA. Trump afirmou que essas operações reduziram em 92% a entrada de narcóticos por via marítima no país.
A apreensão do petroleiro indica uma mudança na estratégia americana, direcionando-se ao principal recurso econômico da Venezuela. A Casa Branca informou que pretende levar o navio para território americano e confiscar sua carga.
A Venezuela possui as maiores reservas conhecidas de petróleo do mundo. Durante sua resposta, Trump também acusou o governo venezuelano de enviar criminosos propositalmente para os EUA como imigrantes, alegação que repete desde sua campanha presidencial em 2024.
O governo de Nicolas Maduro reagiu à apreensão do navio, afirmando que “defenderá sua soberania, seus recursos naturais e sua dignidade nacional com absoluta determinação”. As autoridades venezuelanas anunciaram que denunciarão o incidente em organismos internacionais.
Os EUA realizam um grande reforço militar na região do Caribe, incluindo um porta-aviões, caças e dezenas de milhares de soldados. Washington afirma que a operação visa combater o narcotráfico, enquanto o governo venezuelano alega que o objetivo seria derrubar Maduro e o regime chavista.
