A Europa iniciou a semana em estado de choque, alerta e mobilização após o ataque ocorrido em uma praia de Sydney, na Austrália, durante um evento que celebrava o Festival Judaico de Hanukkah. A tragédia provocou reações imediatas de solidariedade por parte de governos, lideranças políticas e instituições internacionais, além de reforçar preocupações já existentes com a segurança em espaços públicos e eventos religiosos no continente europeu.
Líderes de diversos países se manifestaram oficialmente. França, Alemanha, Itália, Noruega, Holanda e Espanha estão entre as nações que expressaram solidariedade ao povo australiano e à comunidade judaica. As mensagens destacaram apoio às vítimas, aos familiares e aos feridos, além de condenar o ataque ocorrido durante uma celebração religiosa.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, divulgou nota em que apresentou profundas condolências às famílias das vítimas e aos entes queridos que perderam parentes no atentado. Ele também desejou uma rápida e completa recuperação aos feridos, ressaltando a gravidade do episódio e seu impacto internacional.
No Reino Unido, o caso ganhou ainda mais repercussão. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, enviou condolências às pessoas diretamente afetadas pelo ataque. O rei Charles III também se pronunciou, afirmando estar chocado e entristecido diante do que classificou como um ataque antissemita. A comoção no país foi intensificada pela confirmação de que um dos mortos era um rabino de 41 anos, nascido em Londres.
Diante desse cenário, a Polícia Metropolitana de Londres anunciou o reforço da presença policial em torno de sinagogas. A medida ocorre em um período em que dezenas de milhares de judeus celebram o Hanukkah no Reino Unido. As autoridades britânicas destacaram que a ação faz parte de um protocolo preventivo adotado para garantir a segurança de locais religiosos e eventos comunitários.
Além das sinagogas, há preocupação ampliada com a proteção de espaços públicos frequentados por grandes multidões nesta época do ano. Mercados de Natal, tradicionais em várias cidades europeias, também passaram a receber atenção especial das forças de segurança, em razão do fluxo intenso de pessoas e do histórico recente de incidentes violentos.
Na Alemanha, as autoridades confirmaram que, durante o fim de semana, cinco suspeitos foram presos sob a acusação de planejar um ataque com motivação religiosa. Segundo informações oficiais, o grupo era formado por um cidadão egípcio, um sírio e três marroquinos. A investigação aponta que os homens pretendiam usar um veículo para avançar contra pessoas em um mercado de Natal localizado na região da Baviera.
O episódio reforça uma política já em vigor no país. A Alemanha aumentou de forma significativa os gastos com segurança para eventos públicos após um ataque ocorrido em dezembro de 2024, quando um atropelamento em massa em um mercado de Natal resultou em seis mortes e cerca de 300 feridos. Desde então, autoridades alemãs vêm ampliando ações de vigilância, inteligência e policiamento ostensivo.
A tragédia na Austrália, portanto, reverbera além de suas fronteiras e intensifica o estado de alerta na Europa. O ataque ocorrido durante uma celebração religiosa reforça a preocupação com a segurança de eventos públicos e amplia o debate sobre prevenção, proteção de comunidades e resposta a ameaças em diferentes países do continente.
