Funcionários da Petrobras em diversas unidades do país paralisaram suas atividades por 24 horas nesta segunda-feira (15/12).
A greve foi deflagrada após a categoria rejeitar a segunda contraproposta da estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com operações sendo transferidas para equipes de contingência na madrugada.
Acompanhe tudo o que acontece no Brasil e no mundo: siga a TMC no WhatsApp
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que a proposta apresentada pela empresa não avançou em três pontos considerados essenciais: o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que geram descontos extras na remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas; aprimoramentos no plano de cargos e salários com proteções contra mecanismos de ajuste fiscal; e a defesa de um modelo de negócios que fortaleça a companhia, evitando parcerias e terceirizações que, segundo os sindicatos, “precarizam o trabalho”.
Trabalhadores de pelo menos seis refinarias aderiram ao movimento: Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR), onde não houve troca de turno pela manhã. Em São José dos Campos, a Refinaria Henrique Lage (Revap) registrou paralisação parcial.
No Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, a adesão foi integral, conforme informações do sindicato. Também houve paralisações em plataformas no Espírito Santo e no Norte Fluminense.
A FUP declarou que “a categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”. A entidade também afirmou que “a greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros”.
Na Revap, dos 2,5 mil trabalhadores totais, 800 são funcionários efetivos da Petrobras e os demais pertencem a empresas terceirizadas. A estimativa é que cerca de 40% dos funcionários efetivos participem da paralisação, em um esquema que permite a continuidade da produção.
O sindicato apresentou dados indicando que a Petrobras desembolsou R$ 37,3 bilhões em dividendos nos primeiros nove meses do ano. Em contrapartida, segundo a FUP, a empresa ofereceu um ganho real de apenas 0,5% no ACT, além de “retrocessos e diferenciações entre trabalhadores da holding e das subsidiárias”.
A federação destacou ainda que “desde o início da negociação coletiva, a FUP e seus sindicatos deixaram claro à gestão da Petrobras que o fim dos equacionamentos é um ponto central para a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). É inadmissível que, após quase três anos de negociações, a empresa não avance na apresentação de uma proposta que coloque um ponto final nos PEDs”.
Na quinta-feira (11/12), antes do início da greve nacional, aposentados e pensionistas retomaram uma vigília em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras no Rio de Janeiro, cobrando solução para os déficits da Petros.
Leia mais: Ministério de Minas e Energia diz que Enel pode perder concessão se não cumprir metas
