A empresária Carolina Lima Casemiro denunciou um suposto esquema de vendas irregulares de ingressos em camarote do São Paulo Futebol Clube. Na contramão de uma acusação roubo, em entrevista à TMC, disse que é a verdadeira vítima de um suposto golpe arquitetado por Rita de Cassia Adriana Prado, quem seria responsável por ceder o espaço que receberia clientes que veriam o show da Shakira, em fevereiro deste ano.
Segundo Carolina, as negociações para explorar o camarote 3A, no MorumBis, começaram no final de 2024, quando, supostamente, foi procurada por Adriana.
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“A Adriana veio até a agência e disse que tinha espaços disponíveis em alguns shows e que ela também tinha patrocinadores e parceiros. Ela fez essa oferta para a agência. Isso aconteceu no final de 2024, quando ela nos procurou”, relatou a empresária.
Áudios polêmicos
O esquema veio à tona após reportagem do ge revelar áudios polêmicos entre dirigentes do São Paulo FC, Mara Casares, diretora Feminina, Cultural e de Eventos, ex-esposa do presidente Julio Casares, e Douglas Schwartzmann, diretor-adjunto de Futebol da Base. Na ocasião, discutiam uma ação criminal movida por Adriana contra Carolina.
Na conversa, os diretores brigavam com Adriana, enquanto pediam para ela retirar a denúncia, motivados pelo temor de descobrirem o esquema “clandestino”, conforme expôs Schwartzmann no áudio revelado pelo ge.
R$ 132 mil em jogo
Os ingressos para o camarote foram comercializados por valores que chegaram a R$ 2,1 mil, cada unidade. A movimentação financeira estimada apenas com este espaço alcançou R$ 132 mil.
Na entrevista, Carolina negou qualquer irregularidade por dela e da empresa que administra. Na verdade, revelou que ela foi se deu conta que era alvo de um golpe aplicado por Adriana quando faltava menos de duas horas para a abertura dos portões do MorumBis, momento em que teve que tirar do próprio bolso para comprar os ingressos dos clientes que estavam a caminho do evento.
“Os portões do estádio abririam às 4h da tarde. Às duas e pouco da tarde, eu já estava comprando os ingressos na bilheteria e tinha que trazer pessoas e mais pessoas, comprar diversos ingressos no cartão. Nós gastamos mais de R$ 40 mil de ingresso nesse momento mais o buffet que tínhamos que contratar, que foi mais de R$ 500 por pessoa na data”, contou Carolina.
A estratégia que acusaria Carolina
Na versão da empresária, o acordo previa a exploração do camarote A3 com buffet mais 60 ingressos de pista premium fornecidos por Adriana. No dia do show, a intermediadora só apareceu com um envelope, onde estariam os ingressos, com cerca de 15 minutos antes dos portões se abrirem.
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Carolina contou que isso foi uma estratégia de Adriana para acusá-la de roubo, visto que foi para um local com câmera e pediu para a empresária retirar pegar os ingressos da mão dela.
“Ela não foi roubada, em nenhum momento. Aí, às 3h45 da tarde, ela aparece, 15 minutos antes de abrir o portão, com envelope na mão e começa a debochar da minha cara, da cara da equipe. Ela sai de dentro camarote e vai para os corredores do Morumbi, onde tem câmera. Tudo da Adriana foi premeditado. Ela vai para esse corredor. Ela pega esse envelope na mão, segura, senta no banco e fala assim: ‘Os ingressos estão aqui. Pode pegar. Já vai abrir. Não é mesmo?’”, narrou a entrevistada.
Somados os ingressos que havia comprado mais alguns válidos que estavam no envelope, Carolina disse que conseguiu resolver os problemas dos clientes que aguardavam para entrar no MorumBis. No dia seguinte, na prestação de contas, descontou os supostos prejuízos causados por Adriana.
“Os portões do estádio abririam às 4h da tarde. Às duas e pouco da tarde, eu já estava comprando os ingressos na bilheteria e tinha que trazer pessoas e mais pessoas, comprar diversos ingressos no cartão. Nós gastamos mais de R$ 40 mil de ingresso nesse momento mais o buffet que tínhamos que contratar, que foi mais de R$ 500 por pessoa na data”, reclamou Carolina.
Posicionamento do São Paulo FC
Após a divulgação do esquema, Mara e Schwartzmann solicitaram afastamento dos cargos que ocupavam. Em nota, o São Paulo Futebol Clube informou que investigará o caso. Leia a nota abaixo:
O São Paulo Futebol Clube informa que tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa e que realizará a devida apuração dos fatos. Com base nessa análise, o Clube adotará as medidas que se mostrarem necessárias. Na manhã desta data, os conselheiros Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus respectivos cargos na gestão.
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