A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (20) reafirmando o compromisso da União Europeia de assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul em janeiro de 2026.
“Gostaríamos de transmitir o nosso firme compromisso de proceder à assinatura do Acordo de Parceria UE-Mercosul e do Acordo Comercial Provisório no início de janeiro, em um momneto a ser acordado entre ambas as partes”, diz o texto.
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No documento, a União Europeia diz lamentar que a assinatura não tenha saído durante a Cúpula do Mercosul. O motivo, segundo a carta, é a necessidade de finalizar procedimentos internos no Conselho Europeu para autorizar o acordo.
Os líderes europeus destacaram que os trâmites necessários para formalizar o pacto comercial estão em fase avançada, o que permite manter o compromisso para o início do próximo mês. A data específica será definida em conjunto entre os blocos econômicos.
Na correspondência enviada a Lula, os líderes europeus também agradecem os esforços do governo brasileiro e pedem que o presidente dialogue com os demais países do Mercosul para viabilizar a conclusão do processo.
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O acordo está sendo negociado há mais de 25 anos e tem como objetivo reduzir as tarifas de importação e exportação entre os blocos, mas há divergências entre países-membros do bloco europeu.
Enquanto uma parte dos países querem a concretização do acordo, como o Brasil, Alemanha e Espanha, países como a França e a Itália lideram a resistência ao acordo, exigindo maior proteção para o setor agrícola europeu.
Sobre a posição francesa, Lula afirmou, ainda neste sábado, que o país não terá condições de impedir isoladamente o acordo de ser assinado: “Se ela estiver pronta para assinar e faltar só a França, segundo a Úrsula Von Der Leyen e o Antonio Costa, não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo”.
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Para que o acordo seja aprovado no âmbito europeu, é necessário obter uma maioria qualificada no Conselho, o que significa o apoio de pelo menos 15 dos 27 países do bloco, representando 65% da população da UE. Este mecanismo é mais exigente que o processo legislativo comum, onde bastaria uma maioria simples.
