O governo federal anunciou, nesta semana (24/12), a liberação de valores do FGTS que estavam retidos para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e foram demitidos entre 2020 e dezembro de 2025. Ao todo, R$ 7,8 bilhões serão distribuídos a cerca de 14,1 milhões de pessoas, em uma tentativa de aliviar o bolso de quem ficou sem acesso ao fundo após a demissão.
Como vai funcionar a liberação do FGTS
A liberação ocorrerá em duas etapas. A primeira parcela, ainda em dezembro, injeta R$ 3,9 bilhões, com limite de até R$ 1.800 por conta vinculada. Já a segunda parcela, prevista para fevereiro, libera o valor restante para quem tinha saldo maior, com pagamento até o dia 12, conforme calendário da Caixa.
Além disso, cerca de 87% dos trabalhadores receberão o dinheiro automaticamente na conta bancária cadastrada no aplicativo do FGTS. Os demais poderão sacar em caixas eletrônicos, lotéricas ou pontos Caixa Aqui, o que deve evitar filas e dor de cabeça.
A medida, no entanto, tem prazo e regra clara. Só vale para quem foi demitido até a publicação da Medida Provisória, em 23 de dezembro. A partir dessa data, quem continuar no saque-aniversário e for desligado não poderá acessar o saldo, apenas a multa rescisória.
Outro ponto de atenção envolve quem antecipou valores via empréstimos bancários. Parte dos trabalhadores não receberá o valor integral, e alguns não terão nada a sacar porque o saldo já está totalmente comprometido. A consulta deve ser feita diretamente no app do FGTS.
No fim das contas, o governo tenta resolver um problema antigo criado pelo próprio modelo do saque-aniversário: dinheiro que era do trabalhador, mas ficava “preso” quando ele mais precisava. Agora, ao menos para milhões, o FGTS volta a cumprir o papel de colchão financeiro — ainda que com data marcada para acabar.
