O Rio de Janeiro vive dias de calor fora da curva e já sente o efeito direto na saúde da população. Em apenas dois dias, 973 pessoas procuraram atendimento médico com sintomas associados às altas temperaturas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em meio à onda de calor que mantém a capital em nível 3 de alerta (25/12).
Calor extremo sai do termômetro e vai parar no hospital
Os principais relatos nas unidades de saúde envolvem tontura, fraqueza, desmaios e queimaduras solares, sinais clássicos de estresse térmico. De acordo com a prefeitura, o volume de atendimentos está dentro do esperado para o nível atual de calor, mas o alerta segue ativo porque não há previsão de alívio nos próximos dias.
Quem trabalha nas ruas sente o impacto de forma ainda mais intensa. Ambulantes, garis e entregadores relatam dificuldades para manter a rotina, mesmo com hidratação constante e pausas improvisadas à sombra, enquanto o asfalto reflete o calor como uma chapa quente.
Além disso, pacientes denunciaram problemas estruturais em hospitais, como falta de ar-condicionado em enfermarias e até em áreas críticas, o que agrava o quadro de quem já está debilitado. Em alguns casos, ventiladores improvisados viraram motivo de discussão dentro das unidades.
Calor, saúde e água: combo que não fecha
Para piorar, a falta de abastecimento de água em bairros da Região Metropolitana ampliou o drama. Moradores relatam dificuldade para tarefas básicas, como higiene e preparo de alimentos, justamente quando a hidratação é essencial para enfrentar as temperaturas extremas.
A situação é ainda mais dura para pessoas em situação de rua, que dependem de ações pontuais para conseguir água e um lugar minimamente fresco. A assistência social afirma que os abrigos seguem funcionando, mas o cenário nas ruas mostra que a demanda cresce no mesmo ritmo do calor.
Enquanto isso, autoridades reforçam orientações básicas — beber água, evitar sol forte e buscar ajuda médica ao menor sinal de mal-estar, num Rio que, literalmente, segue fervendo.
