O Partido dos Trabalhadores (PT) mantém-se como a sigla preferida de 24% dos eleitores brasileiros, enquanto o Partido Liberal (PL) ocupa a segunda posição com 12% da preferência nacional. A pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (28/12), entrevistou 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios do país.
O levantamento, realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro de 2025, possui margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados mostram que o PT conserva a liderança que detém desde o final da década de 1990, com índices que variaram entre 23% e 27% durante o atual governo Lula.
Acesse o canal da TMC no WhatApp para ficar sempre informado das últimas notícias
O PL registra seu melhor desempenho histórico desde o início da série de pesquisas em 1989. A legenda ganhou expressividade após a filiação de Jair Bolsonaro em 30 de novembro de 2021, quando começou a ser mencionada consistentemente por pelo menos 1% dos entrevistados.
A preferência partidária demonstra forte correlação com as escolhas eleitorais recentes. Entre os eleitores que votaram em Lula nas eleições de 2022, 50% apontam o PT como partido preferido. Por outro lado, 29% dos que escolheram Bolsonaro nas últimas eleições citam o PL como sua sigla de preferência.
Na série histórica do Datafolha, o PT atingiu seu ponto máximo em setembro de 2022, quando foi mencionado por 31% dos brasileiros. Desde 1989, quando começaram as medições, apenas o PMDB superou o PT como partido mais lembrado, chegando a 19% das menções em 1992 e 1993. Atualmente, o MDB (nome readotado em 2017) aparece com apenas 2% da preferência.
O PSDB, que já disputou protagonismo com o PT, iniciou a série histórica com apenas 1% em 1989 e alcançou seu melhor resultado em junho de 2015, com 9% das menções, durante os protestos contra o governo Dilma Rousseff. Esse período também marcou um momento difícil para o PT, que registrou apenas 9% de preferência entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016.
PSDB e PMDB/MDB disputaram a segunda posição na preferência dos brasileiros durante as duas primeiras décadas dos anos 2000. O cenário mudou em outubro de 2018, quando o PSL começou a ultrapassar essas legendas, coincidindo com a facada sofrida por Bolsonaro em 6 de setembro daquele ano. O PSL chegou a atingir 7% de menções em outubro de 2018, mas posteriormente perdeu força.
A pesquisa identifica bases de apoio distintas para cada partido. O PT encontra maior respaldo entre pessoas com ensino fundamental (31%), moradores do Nordeste (31%), católicos (30%) e aqueles que avaliam positivamente o Supremo Tribunal Federal (48%). O PL, por sua vez, tem maior apoio entre brasileiros com renda familiar mensal de 5 a 10 salários mínimos (19%), pessoas com ensino médio e superior (14% em cada grupo) e cidadãos que avaliam negativamente o STF (30%).
Desde o início da série histórica, a opção “sem preferência por nenhum partido” nunca registrou índice inferior a 40%, demonstrando que, apesar das preferências identificadas, a maioria dos brasileiros não declara afinidade com nenhuma sigla específica.
