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Bruna Allemann
Bruna Allemann
Jornalista especializada em economia e finanças, Bruna Allemann descomplica o mercado financeiro e orienta sobre as melhores práticas de economia pessoal, investimentos e planejamento financeiro.

Renda Fixa: uma escolha de investimentos segura, mas não isenta de riscos

Em um cenário econômico ainda marcado pela volatilidade, a busca por segurança nos investimentos se intensifica. Muitos brasileiros, especialmente aqueles mais cautelosos ou iniciantes no mundo das finanças, acabam recorrendo à tradicional poupança. No entanto, essa opção tem se mostrado cada vez menos vantajosa diante dos rendimentos oferecidos por alternativas mais rentáveis, como os produtos de renda fixa. A educação financeira no Brasil ainda está em crescimento, mas mesmo assim, a renda fixa tem se mostrado como a porta de entrada para os investidores que desejam sair da poupança e buscar opções mais rentáveis e seguras.

A renda fixa é, sem dúvida, um dos investimentos mais procurados por quem busca um mínimo de segurança e uma rentabilidade razoável. A principal vantagem desse tipo de investimento é que ele oferece previsibilidade. Em momentos de incerteza econômica, como o que estamos vivendo agora, essa previsibilidade se torna um fator de atração. Mesmo com a alta da taxa de juros, que tem impacto negativo sobre o custo do crédito, ela favorece a rentabilidade da renda fixa. No atual cenário, um investimento de renda fixa pode proporcionar um rendimento de 13 a 14% ao ano, já descontado o imposto de renda.

A alta da taxa de juros tem efeitos duplos: por um lado, aumenta o custo do empréstimo, mas, por outro, torna os investimentos de renda fixa mais atraentes. Essa situação é vantajosa para quem busca segurança e um retorno acima da poupança, que não acompanha a inflação. Em 2026, a expectativa é que os juros continuem elevados, já que não há sinais claros de uma redução brusca. Com isso, a tendência é que a renda fixa continue sendo uma alternativa vantajosa para quem prefere um investimento mais seguro e previsível.

No entanto, é preciso ter atenção aos riscos que surgem quando se busca rentabilidade acima da média. Quando uma oferta de investimento promete retornos muito elevados, como 140% do CDI, é necessário acionar o alerta. O Banco Master, recentemente, foi um exemplo de risco elevado nesse tipo de operação. Ao oferecer CDBs com rentabilidade bem acima do padrão de mercado, a instituição expôs seus clientes a riscos que não estavam claros no início da oferta. A lição aqui é clara: quanto maior o retorno prometido, maior o risco. Portanto, ao escolher um investimento, é essencial fazer uma análise cuidadosa do produto e da instituição envolvida.

Embora a renda fixa seja, em sua essência, mais segura que outros tipos de investimento, como ações, ela também tem níveis de risco variados. Investimentos de menor risco tendem a oferecer retornos mais modestos, enquanto os de maior risco podem gerar maiores lucros, mas com chances mais altas de perdas. Portanto, antes de investir, é fundamental saber a quantidade de risco que você está disposto a correr.

Para quem está começando a poupar e ainda não tem experiência no mercado financeiro, pode ser desafiador saber por onde começar. A primeira recomendação é adotar o hábito de poupar. Mesmo que o valor inicial seja pequeno — R$100, R$200 ou R$500 por mês — o importante é manter a disciplina. Existem várias formas simples de começar a investir. Uma das mais acessíveis e com baixos custos são os investimentos em CDBs oferecidos pelos próprios bancos.

Muitos bancos, tanto tradicionais quanto digitais, oferecem opções de “cofrinhos” ou “caixinhas”, que são contas vinculadas a CDBs da instituição. Esses investimentos são uma ótima opção para quem está começando, pois são simples de entender e podem ser feitos diretamente do aplicativo do banco. Normalmente, esses produtos oferecem rendimentos de 100% do CDI, o que significa um retorno anual de cerca de 13 a 14%, após o desconto do imposto de renda. Ou seja, você consegue, com facilidade, uma rentabilidade muito superior à da poupança.

Contudo, é importante ficar atento às características desses produtos. Alguns desses “cofrinhos” podem envolver investimentos em produtos de risco mais elevado, como ações. Portanto, é essencial verificar se o investimento é realmente de renda fixa e se a rentabilidade é condizente com o que foi prometido. Muitos bancos oferecem essas opções de forma transparente, mas sempre vale a pena conferir os detalhes antes de tomar a decisão.

Uma das grandes vantagens dos investimentos em renda fixa, como os CDBs, é a possibilidade de visualizar o crescimento do seu dinheiro. Isso pode ser feito diariamente, o que ajuda a criar uma sensação de controle e de progresso. Para quem está começando, é útil dividir o dinheiro em “caixinhas” para metas específicas, como uma reserva de emergência, uma viagem, ou até mesmo investimentos mais arriscados para o futuro.

Vários bancos oferecem funcionalidades nos seus aplicativos que permitem ao usuário criar essas caixinhas virtuais, associadas a metas. Essa estratégia ajuda a organizar a poupança e a acompanhar os objetivos de forma mais clara e objetiva. Você pode, por exemplo, criar uma caixinha para a reserva de emergência e outra para os investimentos futuros em ações. Além disso, a vantagem desses produtos é que, se for necessário, você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, o que oferece a flexibilidade que a poupança não tem.

A renda fixa continua sendo uma das opções mais recomendadas para quem busca segurança e uma rentabilidade previsível. Com a alta da taxa de juros, ela se torna ainda mais atraente para aqueles que estão começando a investir e que desejam uma alternativa mais segura à poupança. No entanto, é importante sempre avaliar o risco das ofertas e garantir que o investimento escolhido seja realmente o mais adequado ao seu perfil. A educação financeira, que ainda está em desenvolvimento no Brasil, é um passo essencial para quem deseja construir uma base sólida de investimentos, por isso, a busca por informações confiáveis é fundamental.

Em 2026, com um cenário eleitoral que pode causar instabilidade nos mercados, a renda fixa deverá continuar sendo uma escolha segura para muitos brasileiros. No entanto, o mais importante é começar a investir, mesmo que com valores pequenos, e criar o hábito de poupar. Dessa forma, mesmo diante das incertezas, você estará preparado para o futuro.