Ao Vivo TMC
Ao Vivo TMC
Marina Izidro
Marina Izidro
Jornalista com experiência em coberturas internacionais, Marina Izidro acompanha de perto os desdobramentos políticos, sociais e econômicos do continente europeu. Sua coluna traz as notícias mais relevantes da Europa, com foco nas movimentações do Reino Unido e da União Europeia, impactando a economia e a cultura global.

Trump e Zelenski avançam em plano de paz, mas garantias europeias seguem como principal impasse

A busca por um acordo para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia voltou a ganhar novos capítulos nos últimos dias, com mais um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. A reunião ocorreu na Flórida e foi dedicada, mais uma vez, à discussão do plano de paz que vem sendo costurado ao longo das últimas semanas, em meio a negociações graduais e ajustes constantes entre os principais atores envolvidos.

Após o encontro, Donald Trump afirmou que houve “muito progresso” nas conversas. O presidente norte-americano voltou a reforçar a narrativa de que o plano de paz está avançando e que há um esforço consistente para chegar a um desfecho para o conflito. Segundo Trump, o diálogo segue aberto e novas atualizações devem ocorrer nas próximas semanas, sinalizando que o processo ainda está em andamento, mas caminha para definições mais concretas.

Volodimir Zelenski também avaliou a reunião de forma positiva. O presidente da Ucrânia descreveu o encontro como “ótimo” e declarou que cerca de 90% dos pontos do acordo já estariam resolvidos ou alinhados entre Kiev e Washington. De acordo com Zelenski, no que diz respeito à relação entre Ucrânia e Estados Unidos, as garantias de segurança já estariam integralmente definidas, chegando a 100% de entendimento entre os dois países. O principal ponto pendente, segundo ele, está na consolidação das garantias por parte dos líderes europeus.

Após a reunião, Trump fez um pronunciamento público no qual chegou a se oferecer para viajar a Kiev e discursar no Parlamento ucraniano. A iniciativa, segundo ele, teria o objetivo de demonstrar o comprometimento dos Estados Unidos com o processo de paz e com a segurança da Ucrânia no período pós-guerra. Trump afirmou ainda que espera apresentar avanços mais claros sobre o tema em algumas semanas, à medida que as conversas com aliados europeus avancem.

Do lado russo, o Kremlin também se manifestou. Autoridades afirmaram que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Donald Trump devem conversar em breve. A declaração indica que Moscou acompanha de perto o andamento das negociações e que um contato direto entre os dois líderes pode ocorrer como parte desse processo diplomático.

Enquanto isso, os líderes europeus foram informados sobre os desdobramentos do encontro entre Trump e Zelenski por meio de uma ligação telefônica. A Europa desempenha um papel central nas discussões, especialmente por meio de um grupo conhecido como “Coalizão da Boa Vontade”, voltado para a segurança da Ucrânia no cenário pós-guerra. Esse grupo reúne países dispostos a contribuir de diferentes formas para a estabilidade da região após um eventual acordo.

Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, os países que integram essa coalizão devem se reunir no início de janeiro para finalizar os detalhes sobre como será a ajuda europeia à Ucrânia. As contribuições variam de acordo com cada país. O Reino Unido, por exemplo, poderia enviar tropas para o território ucraniano, enquanto outras nações avaliam apoio logístico ou outros tipos de assistência militar e estrutural.

No centro das negociações está um acordo de paz composto por 20 pontos. O conteúdo detalhado desse documento não foi divulgado publicamente, mas sabe-se que ele passou por reformulações nas últimas semanas e segue em debate entre os envolvidos. Apesar do avanço nas conversas, permanecem dois pontos-chave de impasse.

O primeiro diz respeito às garantias de segurança militar que a Ucrânia receberá para evitar futuros ataques russos. Esse é considerado um dos temas mais sensíveis da negociação, pois envolve compromissos de longo prazo e a definição do papel de potências militares no equilíbrio regional. O segundo ponto está relacionado ao território ucraniano e ao quanto o governo de Zelenski estaria disposto a ceder em nome da paz.

Essas duas questões seguem como os principais obstáculos para a conclusão do acordo. Enquanto Estados Unidos e Ucrânia sinalizam avanços significativos em vários aspectos do plano, a definição do envolvimento europeu e a resolução das disputas territoriais permanecem no centro do debate diplomático. O processo avança em etapas, com novos encontros e negociações previstas, enquanto a comunidade internacional acompanha de perto os próximos desdobramentos.