Um conteúdo manipulado circula nas redes sociais apresentando Taylor Swift como opositora aos direitos da população LGBTQIA+. O vídeo viral atingiu mais de 500 milhões de visualizações no X após sua publicação na terça-feira (23). A gravação, na realidade, mostra um trecho editado do documentário “Miss Americana”, de 2020, onde a cantora critica posicionamentos da senadora Marsha Blackburn (Tennessee).
A publicação foi compartilhada com a pergunta “Isso é real?”, induzindo interpretações equivocadas sobre o posicionamento da artista. Conforme apuração da coluna Fato ou Fake, do g1, o vídeo exibe Swift dizendo: “E então, obviamente é um ‘não’ para casamento gay, é um ‘não’ para que eles tenham qualquer direito”. Esta declaração, porém, foi retirada de seu contexto original.
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Na versão completa do documentário, a cantora americana critica explicitamente as posições políticas da senadora republicana. Swift afirma: “Uma das coisas que me irritou muito é que ela [Blackburn] votou contra a Lei da Violência Contra as Mulheres, que protege as mulheres de perseguição, estupro e violência doméstica. E, obviamente, é um ‘não’ para casamento gay, é um ‘não’ para que tenham direitos. Eu ficaria muito chateda se as pessoas achassem que o Tennesse tem esse posicionamento“.
A edição do vídeo omitiu partes essenciais que deixariam claro que Swift estava descrevendo criticamente as posições de Blackburn, não expressando opinião própria. O material, embora autêntico, foi apresentado de forma a distorcer completamente o significado original da fala.
Após a disseminação do conteúdo, o X adicionou uma “nota da comunidade” ao post, esclarecendo: “Este trecho autêntico de ‘Miss Americana’ [documentário de 2020], da Taylor Swift, está fora de contexto. Ela estava descrevendo e se opondo às posições da senadora Marsha Blackburn contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos LGBTQ+. Swift apoia a igualdade LGBTQ+”.
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Nos comentários da publicação, alguns usuários demonstraram acreditar na narrativa falsa, com mensagens como “ela não odeia gays, ela os tolera, essa é a grande diferença” e “sempre soube que ela era homofóbica”.
A senadora Blackburn, alvo das críticas de Taylor, tem histórico de oposição aos direitos LGBTQIA+. Em 2022, votou contra a Lei de Respeito ao Casamento, que exige o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos. Em 2013, também se opôs à versão final da renovação da Lei de Violência Contra a Mulher que incluía proteções para vítimas LGBTQIA+ de violência doméstica.
