O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL), criticou a atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Em conversa com jornalistas nesta sexta (12/12), o ministro questionou a condução dos trabalhos no caso envolvendo o deputado Glauber Braga (PSOL-SP) e na aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria.
Boulos apontou contradições na forma como o presidente da Casa Legislativa lidou com diferentes situações no plenário. O ministro comparou o tratamento dado a Glauber Braga, retirado à força do plenário na última terça-feira (9/12), com o episódio de agosto, quando parlamentares alinhados ao ex-presidente Bolsonaro ocuparam a mesa diretora.
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“No mesmo dia em que nós tivemos uma cena lamentável no plenário da Câmara dos Deputados, que foram jornalistas sendo agredidos, parlamentares sendo agredidos, sendo que há pouco tempo deputados bolsonaristas ficaram naquela mesa por dois dias e foram tratados a pão de ló”, declarou o ministro.
O incidente com Braga ocorreu quando o deputado ocupou a cadeira da presidência da Câmara, resultando em tumulto. Policiais legislativos intervieram, causando agressões a jornalistas e servidores presentes.
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“Esses dois pesos e duas medidas é muito ruim. Muito ruim para o parlamento, para o Congresso Nacional”, afirmou Boulos sobre a diferença de tratamento entre os casos.
Na mesma sessão de terça (9/12), após a retirada de Braga, os deputados aprovaram o PL da Dosimetria, que reduz penas para condenados pela trama golpista e envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ter pautado o projeto da dosimetria, que é uma anistia envergonhada, que não é a pauta do Brasil, ter pautado e ter trabalhado pela aprovação é um erro grave”, disse o ministro.
Boulos manifestou apoio às manifestações programadas para o próximo domingo (14/12), que têm como alvo o PL da Dosimetria aprovado pela Câmara.
“É inaceitável a maneira como tem sido conduzidas essas questões, seja com dois pesos e duas medidas com Glauber e os bolsonaristas, seja em passar a madrugada votando dosimetria, anistia envergonhada, sem colocar em pauta as grandes questões do povo brasileiro. Acho que é um erro grave e coloca a Câmara dos Deputados de costas para o povo brasileiro”, concluiu.
