Uma pesquisa feita pela Cisco e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) entrevistou 14.611 pessoas em 14 países para avaliar o uso e a confiança em tecnologias de inteligência artificial. A África do Sul aparece em terceiro lugar no ranking de utilização, com 45,4%, seguida por México e Estados Unidos, ambos com 44,2%. A Índia lidera o ranking, com 66,4%.
Japão (18,5%), Alemanha (19%) e Itália (23,1%) registraram os menores índices de uso ativo da tecnologia. A pesquisa incluiu também Austrália, Canadá, França, Coreia do Sul e Reino Unido, com aproximadamente mil participantes por país, exceto na Índia, que contou com 1.500 entrevistados.
Acompanhe tudo o que acontece no Brasil e no mundo: siga a TMC no WhatsApp
A idade influencia diretamente na adoção da IA. Entre pessoas de 18 a 25 anos, 54% afirmam usar a tecnologia diariamente. O percentual cai para 50,7% na faixa de 26 a 35 anos, 42% entre 36 e 45 anos, e 31,4% no grupo de 46 a 55 anos. Apenas 12% dos entrevistados com mais de 66 anos declararam utilizar ativamente ferramentas de inteligência artificial.
O Brasil também ocupa a segunda posição no ranking de confiança na tecnologia. Dos brasileiros participantes, 34,4% afirmam confiar completamente na IA. Outros 44,4% declararam confiar “até certo ponto”, enquanto 5,4% disseram não confiar “de jeito nenhum” e 15,9% não souberam responder.
Leia mais: SUS faz mutirão com 61 mil cirurgias e exames neste fim de semana
Japão, Holanda e Coreia do Sul são os países mais céticos quanto à confiabilidade da inteligência artificial. Na análise global por faixa etária, o grupo de 18 a 35 anos apresenta o maior índice de confiança (22,6%), seguido pela faixa de 36 a 55 anos (17,7%) e pelo grupo com 56 anos ou mais (10,4%).
O estudo “Como as pessoas vivenciam as novas tecnologias e a IA generativa?” revela que economias emergentes lideram a adoção global de inteligência artificial. Os resultados mostram que países como Brasil, Índia, México e África do Sul superam nações europeias tanto em uso quanto em confiança na tecnologia.
No Brasil, 41,4% dos jovens entre 26 e 35 anos participaram de alguma qualificação relacionada à tecnologia em suas empresas nos 12 meses anteriores à pesquisa. Considerando todos os 14 países analisados, quase 50% dos jovens já concluíram algum tipo de treinamento na área.
A Cisco destaca em sua análise: “Isso mostra uma mudança em relação aos padrões históricos, nos quais as economias emergentes costumam demonstrar maior lentidão no acesso e na utilização de novas tecnologias”.
Sobre as diferenças entre gerações, a empresa afirma: “A percepção da IA é diferente entre as faixas etárias. Adultos com mais de 45 anos tendem a ver a IA como menos útil e mais da metade não a utiliza. Observa-se que entre os entrevistados com mais de 55 anos, a incerteza sobre a confiança na IA pode ser um reflexo da falta de familiaridade, e não uma rejeição.”
