Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, foi preso no Paraguai (26/12) carregando uma carta inusitada que dizia que ele “não fala nem ouve” e que enfrenta um câncer agressivo no cérebro. O documento foi apresentado no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no momento em que ele tentava embarcar rumo a El Salvador, segundo a Polícia Federal.
Documento sem assinatura e história médica chamaram atenção
O texto, escrito em espanhol e sem assinatura ou autenticação, afirmava que Silvinei tem Glioblastoma Multiforme – Grau IV e, por isso, não poderia se comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Ainda assim, o papel dizia que ele estaria lúcido, consciente e apto a viajar, desde que a comunicação fosse feita por escrito.
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Além disso, a carta informava que a viagem teria como objetivo um tratamento de radiocirurgia, supostamente indicado por médicos para prolongar a vida. O tom formal e o conteúdo detalhado levantaram suspeitas imediatas das autoridades migratórias.
A situação ficou ainda mais delicada porque Silvinei também portava uma identidade atribuída a “Júlio Eduardo”, com suposta cidadania paraguaia. Esse detalhe foi decisivo para a abordagem e posterior detenção do ex-chefe da PRF.
A Polícia Federal confirmou que o documento parecia ter sido preparado especificamente para processos migratórios, como uma tentativa de evitar questionamentos diretos no controle de fronteira. A ausência de comprovações médicas oficiais reforçou a desconfiança.
Agora, o caso segue sob investigação, enquanto Silvinei permanece detido. Para os investigadores, a combinação de carta dramática, identidade alternativa e destino internacional desenha um roteiro que passa longe de uma simples viagem para tratamento médico.
