Em 2008, o Brasil parou por quatro dias com o caso Eloá, adolescente de 15 anos, vítima de feminicídio. A adolescente teve seu apartamento invadido pelo ex‑namorado, Lindemberg Fernandes Alves de 22 anos, em Santo André, no ABC Paulista. Ele manteve Eloá e a amiga Nayara Rodrigues em cárcere privado por mais de 100 horas. Mas o que aconteceu com o criminoso?
Na invasão policial, Eloá acabou morrendo após ser atingida por uma bala na cabeça. Nayara sobreviveu após ser atingida no rosto. Na época, autoridades afirmaram que a exposição intensa do caso pela mídia interferiu negativamente nas operações e atrapalhou o trabalho da polícia durante as negociações com o sequestrador.
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De acordo com o portal Correio 24h, após a morte de Eloá, Lindemberg Alves foi julgado e condenado a 39 anos de prisão, pena que cumpre atualmente na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.
Ele foi condenado por homicídio qualificado, cárcere privado, tentativa de homicídio e disparos com arma de fogo. Em 2013, sua pena foi reduzida de 98 para 39 e três meses.

Desde 2022 ele está em regime semiaberto e neste ano, houve nova redução de pena de pouco mais de cem dias, resultado de trabalhos realizados na unidade prisional e da participação em cursos de capacitação e empreendedorismo. O formato de regime que Lindemberg está atualmente permite que ele trabalhe ou estude fora da prisão durante o dia, retornando para dormir.
Documentário sobre o Caso Eloá
A Netflix lançou na última quarta-feira (12) o documentário “Caso Eloá: Refém ao Vivo”, a produção revive um dos episódios mais marcantes do Brasil.
O documentário, lançado após mais de 15 anos do crime, reconstrói o caso através de depoimentos inéditos dos pais, familiares, amigos e jornalistas. Inclusive é a primeira vez que pai e mãe da jovem, o irmão Douglas Pimentel e a amiga Grazieli Oliveira falam publicamente sobre o assunto.
Além disso, segundo os produtores, eles também tiveram acesso ao diário da vítima, grande diferencial da série da Netflix.
O documentário também aborda a “espetacularização da mídia” em relação ao caso, pois diversas emissoras transmitiram ao vivo o sequestro. Inclusive, a apresentadora Sônia Abraão foi amplamente criticada após ligar ao vivo para Lindemberg Alves e negociar a saída das meninas sequestradas.
Para as autoridades, a cobertura massiva do caso foi um dos fatores que agravou a situação e resultou na morte de Eloá.
