Alvo de uma operação da Polícia Federal na terça-feira (18/11), o Banco Master e o seu dono, o empresário Daniel Vorcaro, contam com diversas conexões em Brasília e foram beneficiados por pressão de políticos, diz a colunista Daniela Lima, da rádio TMC.
“A PF trata hoje (a investigação do banco) como caso de camaradagem porque o Vorcaro é muito bem relacionado com uma série de políticos em Brasília, principalmente do Centrão, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB)”, afirmou.
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A jornalista disse que estas conexões na capital do país aproximaram o Banco Master do BRB. O Banco de Brasília, que é estatal, tentou comprar a instituição de Vorcaro neste ano.
“Agora, a amizade não justifica a utilização de um banco, que é gerido e abastecido com dinheiro público (tem a folha salarial de funcionários públicos do DF) para salvar o banco do coleguinha”, disse Daniela Lima. “É uma carteira de R$ 12,2 bilhões que o BRB investiu no Banco Master em papeis que, na prática, não existiam.”
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Daniela ainda trouxe um bastidor importante sobre as descobertas da Polícia Federal, que diz respeito a movimentações suspeitas de Daniel Vorcaro ao próprio banco.
“O Banco Master só conseguia fechar os balanços com aportes do próprio Daniel Vorcaro. Como ele fazia: quando a conta não fechava, ele tirava dinheiro do próprio bolso e fazia o aporte. Isso, em vez de ajudar, piorou, porque a pergunta passou a ser, ‘como um banco insolvente tem o seu principal acionista com ‘bala na agulha’ para fazer aportes e fechar balanço?’ De onde vem esse dinheiro? A situação dele não é nada fácil”, explicou.
