Cerca de 1.300 funcionários das viações Vila Isabel e Real interromperam suas atividades na manhã desta segunda-feira (22/12) na Zona Norte do Rio de Janeiro.
A paralisação afeta a circulação de 24 linhas de ônibus que conectam diversas regiões da cidade. Os trabalhadores exigem o pagamento de salários atrasados, além do depósito do FGTS e do vale-alimentação.
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Esta é a segunda paralisação em apenas três meses envolvendo as mesmas empresas de transporte. Os manifestantes estão concentrados em quatro pontos estratégicos: na Central do Brasil, no Terminal Gentileza, em um terreno na Av. Brasil próximo ao Assaí e na garagem em Vila Isabel.
O Sindicato dos Rodoviários aponta que, além dos salários em atraso, os funcionários enfrentam outras irregularidades trabalhistas, como demissões sem pagamento de verbas rescisórias, férias não pagas desde outubro, ausência de recolhimento de INSS e falta de repasse de pensões alimentícias.
“Os funcionários estão irredutíveis e só voltam ao trabalho após todos receberem salários, férias, FGTS e ticket alimentação. Vamos tentar um acordo para evitar que a população seja prejudicada”, declarou José Carlos Sacramento, vice-presidente do sindicato.
Entre as 24 linhas afetadas, 18 pertencem à Viação Real e 6 à Vila Isabel. A Real teve paralisadas rotas como a 108 (Terminal Gentileza x Ipanema), 110 (Terminal Gentileza x Leblon) e 163 (Terminal Gentileza x Copacabana). Já a Vila Isabel teve interrompidas linhas como a 222 (Vila Isabel x Gamboa), 432 (Vila Isabel x Gávea) e 433 (Vila Isabel x Siqueira Campos).
A paralisação compromete trajetos importantes que ligam o Terminal Gentileza a bairros da Zona Sul, além de rotas que passam pela Central, Alvorada, Av. Brasil, Túnel Rebouças e Botafogo. A situação se agravou em novembro, quando um ônibus da empresa pegou fogo dentro do Túnel Rebouças, colocando passageiros em risco.
Os funcionários também denunciam condições precárias de trabalho, com ônibus sem manutenção adequada e infestação de baratas, além do cancelamento do plano odontológico sem aviso prévio. Nos últimos dois meses, o g1 e a TV Globo documentaram problemas como veículos circulando sem manutenção, redução da frota e atrasos constantes.
A secretária Municipal de Transportes, Maína Celidonio de Campos, informou que já tomou medidas para minimizar os impactos. “Enviamos um ofício ao consórcio determinando o aumento imediato do número de viagens nas linhas de contingência e ordenando que os consórcios assumam, de forma emergencial, a operação das linhas paralisadas.”
A prefeitura do Rio afirmou que o repasse de subsídios aos consórcios está em dia e que a paralisação é uma questão entre empregadores e funcionários das empresas. O Rio Ônibus e o Consórcio Intersul divulgaram nota informando que acompanham a situação e esperam uma rápida resolução para normalizar a operação.
Não há previsão para o término da paralisação, que depende das negociações entre as empresas e os trabalhadores.
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