O ator, diretor e comentarista de carnaval Haroldo Costa morreu aos 95 anos no Rio de Janeiro. O falecimento ocorreu neste sábado (13/12), conforme anunciado pela família do artista em suas redes sociais. Costa enfrentava problemas de saúde relacionados à idade avançada e havia passado por internações recentes.
O velório será realizado na quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, na segunda-feira. A escolha do local reflete a ligação de Costa com a agremiação, da qual se tornou torcedor após um desfile em 1963.
Acompanhe tudo o que acontece no Brasil e no mundo: siga a TMC no WhatsApp
Nascido no Rio de Janeiro, Costa construiu uma carreira diversificada nas artes e na cultura brasileira. Iniciou sua trajetória como ator no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento, onde atuou ao lado de Ruth de Souza, Grande Otelo e Milton Gonçalves.
Na Globo, trabalhou como diretor de musicais e programas de auditório, dirigindo personalidades como Dercy Gonçalves, Chacrinha e Moacyr Franco. Foi o primeiro ator negro a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, quando protagonizou a peça “Orfeu da Conceição”.
Em 1999, participou da minissérie “Chiquinha Gonzaga” interpretando Raymundo da Conceição. Retornou às produções televisivas em 2012, quando viveu o personagem Aloysio na minissérie “Suburbia”.
Leia mais: Pesquisa: Brasil ocupa 2º lugar em uso e confiança em inteligência artificial
Costa integrou o corpo oficial de jurados dos desfiles da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) até 1963. Também fazia parte do corpo de jurados do Estandarte de Ouro.
Como escritor, publicou obras importantes sobre o carnaval carioca, incluindo “Salgueiro: Academia de Samba” (1984), “100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro” (2001) e “Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil” (2005).
Em 2023, Costa participou da curadoria da exposição “Heitor dos Prazeres é meu nome”, realizada no CCBB-Rio, em parceria com Raquel Barreto e Pablo León de La Barra.
Em entrevista ao Memória Globo, Haroldo Costa expressou sua paixão pelo carnaval: “Meu pai era carnavalesco, saía no carnaval. Eu sempre gostei, já escrevi vários livros sobre o carnaval, pretendo escrever mais alguns ainda, porque acho o carnaval uma coisa essencial que define a gente como brasileiro. Acho que a definição mais correta do brasileiro é feita através do carnaval, eu acredito piamente nisso.”
Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre o sepultamento após o velório na quadra do Salgueiro.
