A 22ª edição da Marcha da Consciência Negra reuniu centenas de pessoas na manhã desta quinta-feira (20/11), na região central de São Paulo. O ato foi promovido pelo Movimento Negro Unificado (MNU) e pela União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) e teve como foco a valorização dos líderes de Palmares, a luta por representatividade e a exigência de políticas públicas efetivas.
A manifestação partiu da Avenida Paulista e seguiu até o MASP (Museu de Arte de São Paulo). Durante o percurso, ocorreram apresentações culturais com música afro-brasileira, reggae, MPB e Black Music, além de discursos que reforçaram a importância da mobilização em torno da equidade racial.
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Para o professor Ailton Santos, um dos organizadores, o evento é um chamado à inclusão real.
“É preciso que a sociedade brasileira, que se diz democrática, reconheça que uma população historicamente está sendo colocada à margem”, afirmou.
Vozes da marcha
Presente na manifestação, Ana Paula Félix, 56 anos, copeira e moradora da periferia, relatou o medo constante com o qual educou seus três filhos, todos formados em universidades públicas. “Temos que orientar nossos filhos negros a andar com documentos, cabelo cortado, barba feita… porque são os negros que mais morrem.”
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Já Giovana Santos, 31, atendente de telemarketing, destacou a importância de se informar sobre as políticas públicas voltadas para a população negra. “A polícia, que deveria proteger, muitas vezes ataca. É fundamental saber que os movimentos estão se organizando”, disse.
Por Agência Brasil
