A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, prevê perdas bilionárias para o mercado brasileiro caso as sobretaxas americanas sejam mantidas. A projeção foi apresentada nesta terça-feira (9/12) durante entrevista coletiva realizada em Brasília. Segundo a executiva, o impacto financeiro pode chegar a R$ 2,7 bilhões em 2026.
Produtos como tilápia, sebo bovino, mel natural, uvas frescas e álcool etílico seriam os mais afetados pelas tarifas adicionais impostas pelo governo de Donald Trump. Mori explicou que esses itens têm alta dependência do mercado norte-americano e enfrentam dificuldades para encontrar alternativas comerciais.
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“Haverá prejuízo de R$ 2,7 bilhões em 2026 caso as restrições de venda dos produtos ainda sobretaxados se mantenham”, declarou a diretora durante a entrevista. Ela destacou que esses produtos têm limitações para encontrar mercados alternativos ou formas “trianguladas” de entrada nos EUA.
A CNA também manifestou preocupação com a incerteza sobre o funcionamento dos acordos comerciais no próximo período. A confederação enfatizou a “urgência” de desenvolver estratégias alternativas de comércio e diversificação de mercados para reduzir os impactos das tarifas americanas.
Em novembro, o governo dos Estados Unidos reduziu parcialmente as tarifas para alguns produtos agrícolas e commodities brasileiras, incluindo café, carne e frutas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) informou que essa flexibilização aumentou de 23% para 26% a parcela das exportações brasileiras que entram no mercado americano sem sobretaxas, equivalente a aproximadamente US$ 9,7 bilhões.
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A iniciativa de “tarifa zero” para parte da pauta exportadora brasileira indica uma reabertura parcial do mercado norte-americano. Essa medida pode beneficiar setores com maior flexibilidade logística e acesso a mercados alternativos, mesmo com a manutenção da sobretaxa adicional de 40% para os produtos mencionados pela CNA.
A entidade representa o setor agropecuário brasileiro, que seria significativamente impactado pela manutenção das tarifas adicionais. Produtores de mel, uva e tilápia estão entre os mais preocupados com as restrições comerciais implementadas pela administração republicana.
