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Marina Izidro
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Jornalista com experiência em coberturas internacionais, Marina Izidro acompanha de perto os desdobramentos políticos, sociais e econômicos do continente europeu. Sua coluna traz as notícias mais relevantes da Europa, com foco nas movimentações do Reino Unido e da União Europeia, impactando a economia e a cultura global.

Após roubo milionário, novo vazamento no Louvre danifica centenas de livros históricos

Imagem externa da pirâmide de vidro do Museu do Louvre
No dia 19 de outubro, quatro ladrões fugiram com joias no valor de US$ 102 milhões. (Foto: Abdul Saboor/Reuters)

A direção do Museu do Louvre enfrenta uma nova crise menos de dois meses depois do roubo das joias da família de Napoleão Bonaparte, ocorrido em outubro, episódio que ganhou repercussão internacional pelo alto valor dos itens — estimado em 88 milhões de euros — e pela forma como expôs falhas significativas de segurança. As peças não foram recuperadas até agora, e o caso permanece sem solução.

O museu confirmou que um vazamento de água atingiu entre 300 e 400 livros de valor histórico, datados dos séculos XIX e XX. As obras estavam armazenadas em uma área que abriga parte do acervo relacionado às antiguidades do Egito. Segundo o Louvre, o problema foi identificado no fim de novembro e decorre de um sistema de encanamento antigo, cuja substituição já estava prevista, mas apenas para setembro do próximo ano.

A instituição informou que os livros danificados passam por um processo de secagem e deverão ser restaurados. Apesar do impacto, a expectativa é de que o acervo seja recuperado. O museu não detalhou prazos, mas confirmou que equipes especializadas já estão atuando para conter os efeitos do vazamento.

Esse não é o primeiro problema estrutural recente. Em novembro, uma galeria dedicada a vasos gregos precisou ser fechada por questões semelhantes, também relacionadas à manutenção do prédio histórico. A sequência de incidentes ampliou a discussão sobre as condições de conservação da instituição.

Em busca de novas fontes de receita para financiar reparos e modernizações, o Louvre anunciou um reajuste no preço dos ingressos para visitantes de fora da União Europeia. A instituição estima arrecadar cerca de 20 milhões de euros adicionais com a medida, valor que deve ser destinado a obras de manutenção e melhorias na infraestrutura.

O vazamento se soma, portanto, a uma série de acontecimentos que reforçam desafios logísticos e estruturais enfrentados pelo museu mais visitado do mundo, que tenta lidar simultaneamente com o desgaste físico de suas instalações e com a pressão por reforços na segurança após o roubo das joias de Napoleão.