
Em um pronunciamento em Berlim, o chefe da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Europa precisa se preparar para uma guerra com a Rússia. Nas palavras dele, seria um conflito “como o dos nossos avós e bisavós”, em referência direta à Primeira e à Segunda Guerra Mundiais. A comparação reforçou a dimensão da preocupação expressa durante o discurso, no qual Rutte disse que a Europa seria o próximo alvo da Rússia e que o presidente Vladimir Putin poderia atacar a aliança militar nos próximos cinco anos.
Rutte também declarou que muitos países europeus estariam, segundo ele, “muito quietos e complacentes”. O chefe da OTAN lembrou que a Rússia investe pesadamente em exércitos, drones e mísseis, enquanto os europeus não alcançariam níveis semelhantes quando se trata da capacidade de produção de armas. Para ele, seria necessário adotar uma mudança de postura e assumir uma “mentalidade de tempos de guerra”, como afirmou ao longo do pronunciamento.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte reúne países europeus, além de Estados Unidos e Canadá. Nos últimos anos, europeus foram pressionados por Donald Trump a ampliar seus orçamentos domésticos destinados à área de defesa. No mesmo contexto, está a ameaça feita por Vladimir Putin no início do mês, quando declarou: “Não quero guerra com a Europa, mas se os europeus quiserem, estamos prontos agora”.
O cenário se torna ainda mais complexo porque ocorre ao mesmo tempo em que avançam negociações ligadas à guerra na Ucrânia. O processo envolve Estados Unidos, países europeus e a própria Rússia. Nesse ambiente, Trump tem demonstrado crescente impaciência, segundo relatos de bastidores, o que adiciona mais um elemento à tensão acumulada no continente.
As declarações de Mark Rutte, somadas às mensagens vindas de Moscou e às movimentações diplomáticas relacionadas à Ucrânia, colocam novamente a segurança europeia no centro do debate internacional. O discurso do chefe da OTAN ressoa num momento em que a aliança discute a capacidade de resposta de seus membros, a necessidade de investimentos e a disposição de enfrentar o que ele classificou como um risco concreto no curto prazo.
