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Bruna Allemann
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Jornalista especializada em economia e finanças, Bruna Allemann descomplica o mercado financeiro e orienta sobre as melhores práticas de economia pessoal, investimentos e planejamento financeiro.

Inteligência artificial avança nas finanças, mas uso exige cautela no mercado financeiro

A inteligência artificial tem sido apresentada como um processo em constante evolução. Trata-se de uma tecnologia que se aperfeiçoa ao longo do tempo, à medida que aumenta sua usabilidade. Seu funcionamento está diretamente ligado à alimentação por dados. Antes mesmo de ser lançada ao público, grandes volumes de informações são inseridos nos sistemas. Posteriormente, com a interação entre pessoas, máquinas e outras inteligências artificiais, surgem novos direcionamentos que contribuem para o seu aprimoramento contínuo. É por esse motivo que usuários percebem atualizações frequentes nas ferramentas utilizadas no dia a dia.

Apesar desse avanço constante, a utilização da inteligência artificial exige cautela, especialmente no mercado financeiro. Já há discussões públicas sobre os cuidados necessários ao buscar informações em sistemas automatizados, principalmente em redes sociais. A recomendação é que a inteligência artificial não seja tratada como fonte única de verdade. O conteúdo gerado depende da forma como as perguntas são direcionadas. Conforme o comando ou a orientação dada, a resposta pode refletir aquilo que se deseja ouvir, e não necessariamente a realidade.

As respostas fornecidas podem conter informações verdadeiras ou falsas, já que ainda existem falhas de interpretação e intersecções errôneas. No entanto, dentro do mercado financeiro, a inteligência artificial tem passado por atualizações e vem sendo utilizada principalmente para análises comparativas. Esse tipo de análise é considerado um de seus principais usos atualmente.

Um exemplo envolve o trabalho de analistas de investimentos. Ao observar ações para indicação a clientes, esses profissionais precisam comparar diferentes empresas. No Brasil, há cerca de 400 companhias listadas, enquanto em mercados internacionais esse número ultrapassa 6 mil empresas. Diante desse volume, o analista define filtros e insere critérios na inteligência artificial, como padrões específicos, indicadores financeiros e perspectivas desejadas. A partir dessas informações, o sistema analisa os ativos e apresenta um desenho mais simplificado do cenário, em um tempo muito menor do que o necessário para uma análise exclusivamente humana.

Esse tipo de ferramenta é amplamente utilizado por gestoras, reduzindo o tempo de trabalho e contribuindo para maior segurança nas análises, além de melhorar a performance dos profissionais envolvidos. A tecnologia, nesse contexto, atua como apoio ao processo decisório, sem substituir completamente a atuação humana.

Além das análises de mercado, a inteligência artificial também vem sendo aplicada às finanças pessoais. Existem soluções integradas a aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, nas quais o usuário insere seus gastos diários. As informações podem ser registradas de forma simples, como compras no débito, pagamentos de boletos ou despesas recorrentes. Ao longo do mês, o sistema é alimentado com esses dados e, ao final do período, apresenta um resumo das finanças pessoais, além de alertar sobre vencimentos futuros.

Esse tipo de aplicação tem contribuído para a educação financeira da população, auxiliando pessoas que buscam maior controle sobre seus recursos. A tecnologia atua como ferramenta de organização e acompanhamento, apoiando o planejamento financeiro cotidiano.

Outra aplicação citada é o chamado “copiloto dos investimentos”. Nesse caso, a inteligência artificial auxilia no direcionamento das aplicações financeiras. O investidor informa sua carteira, e o sistema passa a analisar o comportamento do mercado, indicando possíveis momentos de compra ou venda, além de considerar o cenário econômico. Ainda assim, reforça-se que essas indicações não devem ser utilizadas como única referência para tomada de decisão.

A recomendação é de cautela, especialmente porque o mercado financeiro nem sempre segue uma linha previsível. Mesmo com estudo e análise, há variáveis que escapam a modelos automatizados. Por isso, destaca-se a importância da combinação entre inteligência artificial, conhecimento individual e orientação de profissionais experientes. A tecnologia segue em evolução, mas seu uso no mercado financeiro deve ser sempre baseado em múltiplas fontes e critérios.