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Amazônia é trunfo do Brasil, mas Pará lidera desmatamento na região durante COP30

Enquanto o Brasil aposta na floresta como símbolo da agenda climática, especialistas alertam para o risco que pode tornar irreversível a degradação da Amazônia.

Como parte dos compromissos ambientais do Brasil, a preservação da floresta em pé é um dos principais trunfos da presidência brasileira na 30ª Conferência das Partes (COP30). Além do lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), a escolha de Belém (PA), no coração da Amazônia, reforça a importância do bioma para o mundo.

Em agosto de 2025, a Amazônia registrou o segundo menor índice de desmatamento na série histórica do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No entanto, o estado do Pará, sede da principal conferência climática da ONU, ainda é o líder em desmatamento na Amazônia Legal, segundo dados da plataforma Terra Brasilis.

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No acumulado de 36 anos, o Pará desmatou 35% da Amazônia Legal, área administrativa que engloba nove estados e tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico da região.

O “ponto de não-retorno” da Amazônia

Desde a década de 1990, cientistas e ambientalistas, como o climatologista Carlos Nobre, alertam para o risco de a floresta atingir o chamado “ponto de não-retorno”. O termo descreve o momento em que os níveis de desmatamento e degradação se tornam tão elevados que a Amazônia perde a capacidade de se regenerar, mesmo com medidas de recuperação.

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Em artigo publicado pelo Jornal da Unesp, Nobre destacou que esse processo de autodegradação poderia transformar grandes áreas de floresta tropical em regiões pobres em biodiversidade.

“A estação seca em algumas partes da Amazônia já aumentou em até cinco semanas. Se esse prolongamento continuar, a floresta não sobreviverá a secas que duram mais de seis meses”, afirmou o pesquisador.

Por que preservar a Amazônia é essencial

Os efeitos do desmatamento da Amazônia podem se espalhar por toda a América do Sul, gerando uma reação em cadeia com impactos no clima e na agricultura. Um dos maiores riscos é o colapso dos “rios voadores”, correntes de vapor d’água que se formam sobre a floresta e distribuem umidade para outras regiões do continente.

De acordo com o estudo “Perspectivas de pesquisas na relação entre clima e funcionamento da floresta amazônica”, a Amazônia também é o maior reservatório de carbono terrestre, desempenhando papel crucial na regulação climática global.

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Entre as principais causas do desmatamento estão os incêndios florestais, provocados tanto por ação humana quanto por eventos naturais, como raios e combustão espontânea. Cientistas alertam que o aumento da temperatura e a redução da umidade tornam a floresta mais suscetível ao fogo.

As queimadas alteram o regime de chuvas e ampliam a ocorrência de tempestades violentas. Nas áreas desmatadas, a temperatura média pode subir até 5°C em relação às regiões preservadas.

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