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Enviado de Trump diz que Groenlândia “será parte dos EUA”, e Dinamarca reage

Ministro dinamarquês reage a declarações de Jeff Landry, governador nomeado como enviado especial para território no Ártico

O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca convocou o embaixador dos Estados Unidos em Copenhague após Jeff Landry, governador da Louisiana, declarar que pretende “fazer da Groenlândia parte dos EUA”.

A convocação ocorreu nesta segunda-feira (22/12), um dia após o presidente Donald Trump nomear Landry como enviado especial para a Groenlândia, território autônomo dinamarquês localizado no Ártico.

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Lars Løkke Rasmussen, ministro dinamarquês, manifestou seu descontentamento com a situação. “Estou profundamente incomodado com esta nomeação de um enviado especial. E estou particularmente incomodado com suas declarações, que consideramos totalmente inaceitáveis”, afirmou Rasmussen à TV 2, da Dinamarca.

A designação de Landry representa uma retomada dos esforços de Trump para obter controle sobre a Groenlândia, iniciativa que ganhou força desde seu retorno à Casa Branca, neste ano. O presidente americano tem afirmado que os Estados Unidos “precisam” da ilha.

Trump anunciou a nomeação em sua rede social Truth Social no domingo (21/12).

“Tenho o prazer de anunciar que estou nomeando o GRANDE governador da Louisiana, Jeff Landry, como Enviado Especial dos Estados Unidos para a Groenlândia. Jeff entende como a Groenlândia é essencial para nossa Segurança Nacional e irá defender fortemente os interesses do nosso país em prol da Segurança, Proteção e Sobrevivência de nossos Aliados e, de fato, do Mundo”, escreveu o presidente.

O interesse de Trump pela Groenlândia não é recente. Durante seu primeiro mandato, ele já havia manifestado intenção de comprar o território. Em março deste ano, durante discurso no Congresso, o presidente declarou que “vamos tomar a Groenlândia de um jeito ou de outro”, e posteriormente afirmou que “os EUA precisam da Groenlândia”.

Landry, que governa a Louisiana desde 2024 pelo Partido Republicano com mandato até 2027, agradeceu a Trump pela nomeação em suas redes sociais.

O governador declarou que “é uma honra servir (…) nesta função voluntária para fazer da Groenlândia parte dos EUA”. Segundo ele, a nova função não interferirá em seu mandato como governador.

A parlamentar groenlandesa Aaja Chemnitz, que atua no Parlamento dinamarquês, declarou à agência Reuters que a nomeação de um enviado americano não seria problemática por si só. “O problema é que ele recebeu a tarefa de assumir a Groenlândia ou torná-la parte dos Estados Unidos — e não há qualquer desejo disso na Groenlândia”, explicou.

A Groenlândia, maior ilha do mundo, possui 57 mil habitantes e é coberta por gelo em 80% de sua superfície. O território abriga recursos naturais valiosos, incluindo hidrocarbonetos e minerais estratégicos para a transição energética.

A ilha, que foi colônia dinamarquesa, integra o Reino da Dinamarca desde 1953 e segue a Constituição do país europeu, embora possua autonomia governamental desde 2009.

O primeiro-ministro groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, exigiu respeito à integridade territorial da ilha e afirmou que os groenlandeses decidirão seu próprio futuro. A União Europeia também se manifestou, declarando que a soberania da Groenlândia e do Reino da Dinamarca deve ser preservada.

Ulrik Pram Gad, pesquisador do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, declarou que “a Groenlândia está discutindo a independência da Dinamarca, mas nenhum groenlandês quer simplesmente mudar para um novo senhor colonial”. O premiê groenlandês, eleito em março, defendeu a união interna “em um momento de grande interesse externo” sobre a ilha.

Trump já ameaçou elevar tarifas contra produtos dinamarqueses caso o país europeu tente impedir os planos americanos para a Groenlândia. Uma pesquisa recente indica que apenas 6% da população groenlandesa apoia a incorporação aos Estados Unidos.

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