José Antonio Kast, líder do Partido Republicano e candidato da direita chilena, foi eleito presidente do Chile com mais de 58% dos votos. A eleição ocorreu neste domingo (14/12), quando 15,6 milhões de eleitores estavam aptos a participar do pleito, de acordo com o Serviço Eleitoral (Servel) do país.
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A candidata de esquerda Jeanette Jara, ex-ministra do Trabalho no governo de Gabriel Boric, reconheceu sua derrota após a divulgação dos resultados.
“A democracia falou forte e claro. Acabo de falar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe êxito pelo bem do Chile”, declarou Jara em mensagem publicada no X.
O resultado confirma a tendência apontada pelas pesquisas eleitorais que já indicavam a liderança de Kast. Embora Jara tenha vencido o primeiro turno, a soma dos votos obtidos pelos candidatos de direita ultrapassou 50%, favorecendo o republicano na disputa final.
Aos 59 anos, Kast será o presidente mais à direita a governar o Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. Esta foi sua terceira tentativa de chegar à presidência do país.
A segurança pública foi tema central na campanha eleitoral. Apesar de o Chile ser considerado um dos países mais seguros da América Latina, pesquisa do Ipsos indica que 63% da população chilena aponta a criminalidade como principal preocupação.
Os dados sobre violência no país mostram tendência de crescimento nos últimos anos. Os homicídios aumentaram 140% na última década. Em 2024, foram registrados 868 sequestros, número 76% maior que o registrado em 2021.
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Desde 2010, o Chile tem alternado entre governos de direita e de esquerda a cada eleição presidencial, mantendo um padrão de mudança na orientação política do país.
O presidente eleito promete implementar medidas rigorosas contra a criminalidade, incluindo maior poder para a polícia e envio de militares para áreas consideradas críticas. Kast também defende a criação de um “escudo fronteiriço”, que inclui construir um muro na fronteira com a Bolívia, escavar uma trincheira e mobilizar 3.000 militares para controlar a entrada de imigrantes.
Entre suas propostas está ainda a detenção e expulsão de aproximadamente 340 mil imigrantes sem documentação. O político também se posiciona contra o aborto, mesmo em casos de estupro.
