Os agentes financeiros veem agora a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro da banda superior da meta perseguida pelo Banco Central, mostrou nesta segunda-feira (17/11) pesquisa Focus realizada pela autoridade monetária brasileira junto a uma centena de economistas.
A expectativa dos agentes agora é de que o IPCA encerre 2025 em alta de 4,46%, ante cálculo uma semana atrás de 4,55%. A meta de inflação buscada pelo BC é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Já para 2026, os agentes mantiveram as estimativas de que o IPCA encerre em alta de 4,20%.
Leia Mais: Pix completa cinco anos e segue líder nos pagamentos no país
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o IPCA de outubro desacelerou mais que o esperado, subindo 0,09%, na menor alta para o mês desde 1998. No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 4,68% — ainda acima do intervalo da meta do Banco Central. O dado de outubro veio abaixo do estimado por analistas em pesquisa da Reuters de alta de 0,16% em outubro e de 4,75% em 12 meses.
O Boletim Focus mostrou ainda estabilidade no cálculo dos economistas para a maioria dos demais principais indicadores da economia brasileira, com um pequeno ajuste nas contas para a cotação do dólar ao final deste ano, agora em R$ 5,40, ante R$ 5,41 na semana anterior. Para o final de 2026, os agentes mantiveram a estimativa de dólar a R$ 5,50.
Foram mantidas ainda as projeções para a taxa básica de juros Selic para este ano e o próximo — em 15,00% e 12,25% respectivamente — após, na semana passada, na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na qual se decidiu manter a Selic em 15,00%, o colegiado ter dito que já tem maior convicção de que uma manutenção da taxa Selic em 15% ao ano por período bastante prolongado levará ao cumprimento da meta de 3%.
O Focus mostrou ainda manutenção nas contas do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 — 2,16% — e para 2026 — 1,78%.
Veja abaixo as principais projeções do mercado para a economia brasileira, de acordo com a pesquisa semanal do BC com cerca de 100 instituições financeiras:
| Expectativas de mercado | 2025 | 2025 | 2026 | 2026 |
| Mediana | Há 1 semana | Hoje | Há 1 semana | Hoje |
| IPCA (%) | 4,55 | 4,46 | 4,20 | 4,20 |
| PIB (%) | 2,16 | 2,16 | 1,78 | 1,78 |
| Dólar (fim de período-R$) | 5,41 | 5,40 | 5,50 | 5,50 |
| Selic (fim de período-% a.a.) | 15,00 | 15,00 | 12,25 | 12,25 |
| Preços administrados (%) | 4,97 | 5,06 | 3,86 | 3,86 |
| Conta corrente (US$ bi) | -72,10 | -72,15 | -65,25 | -65,13 |
| Balança comercial (US$ bi) | 62,00 | 62,10 | 65,95 | 66,00 |
| IDP (US$ bi) | 70,00 | 70,25 | 70,00 | 70,00 |
| Dívida líquida pública (%/PIB) | 65,80 | 65,83 | 70,10 | 70,10 |
Por Reuters
