O mercado financeiro brasileiro levou um solavanco nesta sexta-feira (05/12). Logo após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciar nas redes sociais sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, com apoio de Jair Bolsonaro, o Ibovespa virou do céu ao inferno e despencou 4,31%, fechando aos 157.369 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar comercial disparou e terminou o dia cotado a R$ 5,433.
Política entra no pregão e muda tudo
Até pouco antes do anúncio, o clima era de otimismo na B3. O principal índice da bolsa chegou a flertar com os 165 mil pontos ainda pela manhã, impulsionado pelo bom humor dos mercados internacionais. No entanto, bastou a sinalização eleitoral ganhar tração para os investidores mudarem de rota de forma abrupta.
Enquanto bolsas estrangeiras subiram e o dólar recuou lá fora, os ativos brasileiros seguiram o caminho inverso. A aversão ao risco dominou o pregão, puxando ações de peso para baixo e ampliando as perdas ao longo da tarde.
Com o tombo desta sexta, o Ibovespa encerrou a semana com queda acumulada de 1,07%. Na véspera, o índice ainda ostentava alta superior a 3% no período. Mesmo assim, no acumulado de 2025, a bolsa segue positiva, com valorização de 30,83%.
No câmbio, o dia também foi de reviravolta. O dólar, que operava estável pela manhã, acelerou forte a partir das 11h20. A moeda norte-americana chegou a bater R$ 5,48 por volta das 16h, maior valor desde 16 de outubro, antes de fechar em R$ 5,433, com alta de R$ 0,123 no dia.
Com o movimento, dezembro, que até então registrava tendência de queda, passou a acumular alta de 1,84% no câmbio. No recorte do ano, porém, o dólar ainda recua 12,05%, mesmo após a disparada desta sexta.
O recado do mercado foi direto: sinalizações eleitorais antecipadas, sobretudo com alto grau de polarização, continuam sendo um gatilho de volatilidade para os ativos brasileiros.
