O dólar voltou a ganhar força e fechou esta segunda-feira (22/12) próximo de R$ 5,60, pressionado pelo aumento das remessas de lucros e dividendos de empresas brasileiras para o exterior. Enquanto isso, a bolsa brasileira andou na contramão do cenário internacional e terminou o dia no vermelho.
Corrida contra o imposto mexe com o câmbio
A moeda norte-americana encerrou o pregão vendida a R$ 5,584, com alta de 0,99%, maior nível desde o fim de julho. O movimento ocorreu porque grandes empresas aceleraram o envio de recursos para fora do país antes da mudança nas regras do Imposto de Renda, que entra em vigor em janeiro.
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A partir de 1º de janeiro, remessas ao exterior e dividendos acima de R$ 50 mil mensais passarão a pagar 10% de IR. Com isso, companhias aproveitaram os últimos dias de isenção para antecipar transferências, o que elevou a demanda por dólares.
Apesar de o câmbio subir quase 5% em dezembro, no acumulado de 2025 a moeda ainda registra queda de 9,64%. Mesmo assim, o avanço recente acendeu o alerta no mercado financeiro.
No pregão de ações, o Ibovespa caiu 0,21% e fechou aos 158.142 pontos, interrompendo uma sequência de altas. O recuo ocorreu mesmo com a aprovação do Orçamento de 2026 e a divulgação de arrecadação recorde do governo em novembro.
Além disso, a alta dos juros futuros pesou sobre as ações. Sem sinal claro se o Banco Central vai começar a cortar a Selic em janeiro ou março, investidores preferiram migrar da bolsa para aplicações de renda fixa.
O cenário mostra que, por enquanto, o mercado segue mais atento ao bolso e às regras do jogo do que às boas notícias fiscais.
