O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou que o salário mínimo brasileiro será de R$ 1.621 em 2026, representando um aumento de R$ 103 sobre o valor atual.
A confirmação ocorreu nesta quarta-feira (10/12) em Brasília, seguindo a política de valorização que combina a inflação medida pelo INPC com o crescimento limitado do PIB.
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O novo valor entrará em vigor em janeiro do próximo ano e afetará os pagamentos que os trabalhadores receberão a partir de fevereiro.
O reajuste total de 6,9% resulta da soma da inflação de 4,4%, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, com o aumento real de 2,5%, que corresponde ao limite estabelecido pelo arcabouço fiscal.
Embora o PIB brasileiro tenha crescido 3,4% em 2024, uma lei aprovada em dezembro do ano passado restringiu o aumento real do salário mínimo ao teto de 2,5%, em conformidade com as regras fiscais vigentes.
De acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em janeiro deste ano, o salário mínimo serve como referência para 59,9 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais.
O aumento do piso nacional também produz efeitos indiretos na economia, elevando o “salário médio” e ampliando o poder aquisitivo dos trabalhadores em todo o país.
Cada real adicionado ao salário mínimo gera um impacto de aproximadamente R$ 420 milhões nas contas públicas para 2026, segundo cálculos do governo federal. Com o aumento de R$ 103, as despesas obrigatórias crescerão cerca de R$ 43,2 bilhões no próximo ano.
A elevação das despesas obrigatórias reduzirá os recursos “livres” ou “discricionários” disponíveis para o governo federal, o que pode afetar a implementação de políticas públicas em diversas áreas.
O Dieese também calculou que o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18, conforme medição de novembro deste ano. Este valor equivale a 4,66 vezes o piso nacional atual de R$ 1.518.
Até o momento, o governo não sinalizou se pretende propor alterações na política de valorização do salário mínimo para os anos subsequentes a 2026.
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