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Setores brasileiros reagem com otimismo à retirada das tarifas de 40% dos EUA

O presidente americano Donald Trump assinou um decreto na última quinta-feira, (20/11), suspendendo as tarifas extras de 40% aplicadas em produtos agrícolas brasileiros

A notícia de que os Estados Unidos suspenderam as tarifas extras de 40% sobre determinados produtos agrícolas como café, frutas, cacau e carne foi recebida com otimismo pelas entidades que representam os setores produtivos beneficiados. No entanto, algumas associações brasileiras, como a de pescados e produtos manufaturados, não foram incluídas na medida.

A decisão, divulgada pela Casa Branca, mostra um avanço nas negociações bilaterais entre os governos brasileiro e americano. A expectativa é de que as tratativas continuem para que outros produtos tenham também a redução das taxas extras impostas.

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É o que afirma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele comentou que a derrubada da taxa de 40% a vários produtos agrícolas brasileiros é uma vitória do diálogo, diplomacia e bom senso: “Esse foi um passo na direção certa, mas precisamos avançar ainda mais.”, afirma em postagem na rede social “X”. 

Os setores do país incluídos na decisão de Trump viram essa medida com otimismo: o Presidente Executivo da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), Paulo Mustefaga, explicou que a carne brasileira ficará livre das tarifas adicionais de 10% e 40%, voltando ao patamar dos 26,4%, taxa existente até o tarifaço anunciado em julho deste ano. “Vai se restabelecer o fluxo normal do comércio da carne brasileira para o mercado dos EUA”, afirma o porta-voz. 

Leia mais: Preços globais do café despencam após Trump remover tarifas sobre Brasil

Segundo a entidade, a exportação de carne não sofreu alteração nos meses anteriores, embora as vendas de carne aos Estados Unidos tenha sofrido uma queda acentuada de mais de 50%. 

Segundo o presidente da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), Tirso Meirelles, a notícia reforça a importância do setor agropecuário brasileiro no contexto global: “As tarifas extras penalizavam não apenas o produtor nacional, mas também os consumidores americanos, que viram sumir das prateleiras de supermercados alimentos que fazem parte da rotina diária das famílias e onde eles reconhecem qualidade. É uma vitória importante do agro”, comentou.

Outro setor que comemora a diminuição de tarifas é representado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) que vê a decisão como uma evidência da importância do café brasileiro como um produto essencial para a economia americana. Pavel Cardoso, presidente da Associação, celebrou o anúncio e os envolvidos nas negociações: “Essa conquista é resultado do forte trabalho diplomático liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, além da mobilização de toda a cadeia produtiva do café, que foi extremamente unida, e das nossas contrapartes nos Estados Unidos.”

Para os setores, essa perspectiva traz um certo respiro e até uma valorização dos produtos. No entanto, ainda há instabilidade econômica no setor das exportações, conforme indica Adriana Melo, mentora financeira e especialista em finanças e tributação. “A suspensão recente das tarifas dá um fôlego importante, mas é só um alívio parcial. Em um cenário global mais protecionista, com cadeias produtivas mais fechadas e países usando tarifas como moeda de troca geopolítica, a reação da economia brasileira tende a ser desigual: setores diretamente beneficiados ganham fôlego imediato, mas a insegurança regulatória permanece.”

A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados) ficou decepcionada com o anúncio recente. Apesar de movimentar cerca de US$ 300 milhões por ano em exportações para os Estados Unidos, a indústria brasileira de pescados ficou fora da lista de setores e produtos contemplados pelas novas medidas.

Eduardo Lobo, Presidente da Associação, comenta a situação: “Estamos obviamente satisfeitos pelos setores brasileiros que avançaram, mas é impossível esconder nossa frustração. Não houve evolução alguma para o pescado, e isso mostra que essa pauta não tem recebido a priorização necessária por parte do governo brasileiro. O setor gera empregos, movimenta a economia e tem enorme potencial de expansão, mas continua invisível nas negociações com os Estados Unidos.”

O setor de produtos manufaturados segue submetido ao tarifaço estabelecido pelo governo Trump, incluindo itens como máquinas, motores, calçados, café solúvel e mel. 

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