Athletico Paranaense, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras divulgaram um comunicado conjunto defendendo o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro.
A manifestação ocorreu nesta quinta-feira (11/12), poucos dias após o Flamengo apresentar à CBF uma proposta que sugere a proibição dessa tecnologia nos estádios do país.
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O documento, publicado nas redes sociais das cinco agremiações, contrapõe a iniciativa do clube carioca, que na segunda-feira (8/12) protocolou junto à Confederação Brasileira de Futebol um projeto de padronização dos campos no Brasil.
A discussão ganha relevância considerando que na temporada 2026 do Campeonato Brasileiro, cinco estádios da Série A utilizarão gramado sintético.
Os clubes signatários argumentam que não existe uma padronização de gramados no país atualmente.
“Em primeiro lugar, é imprescindível reconhecer que não existe padronização de gramados no Brasil. Ignorar esse fato e direcionar críticas exclusivamente aos gramados sintéticos reduz um debate complexo a uma narrativa simplificada, injusta e tecnicamente equivocada”, afirma trecho da nota.
O texto também destaca supostas vantagens da tecnologia: “Também reiteramos que um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.”
Os cinco estádios que contarão com gramado sintético na próxima temporada do Brasileirão são: Ligga Arena, em Curitiba; Arena MRV, em Belo Horizonte; Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro; Arena Condá, em Chapecó; e Allianz Parque, em São Paulo. Isso representa 25% dos campos da principal competição nacional.
Outro ponto abordado no comunicado refere-se à segurança dos atletas. “É igualmente importante esclarecer que não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos”, declaram os clubes.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, já havia se manifestado individualmente sobre o tema antes da nota conjunta. “O Flamengo, no dia em que tiver um estádio próprio, pode instalar nele o tipo de gramado que quiser”, disse a dirigente.
O presidente da CBF, Samir Xaud, comentou brevemente a polêmica durante o Prêmio Brasileirão. “Essa questão é de cada clube. Cada clube tem o seu estádio, tem o seu campo. Gramado é uma coisa que nós ainda vamos parar para sentar e discutir. Temos clubes que têm gramados sintéticos, clubes que têm gramados naturais, cada um vai defender o seu lado. Mas vai chegar uma hora que vamos ter que sentar e discutir em relação a isso”, afirmou na zona mista do evento.
A CBF agora deverá analisar tanto a proposta do Flamengo quanto o posicionamento dos cinco clubes defensores do gramado sintético para definir possíveis diretrizes sobre o assunto.
Na nota completa, os clubes também defendem que o debate sobre a qualidade dos gramados “deve ser conduzido com responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico, e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto.”
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